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MARIA THEREZA THEMUDO D'OREY
(1929-2010)
Maytê, decoradora e pintora
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Quando estava para nascer, a família escolheu para
ela o nome Maytê. Só que a
mãe, muito religiosa, dizia
que tal nome não era cristão.
A menina então acabou sendo batizada como Maria Thereza Themudo D'Orey.
Mas o Maytê, como apelido, ficou por toda a vida.
Nascida em São Paulo, ela
era filha de portugueses. Seu
pai, empresário, possuía
companhias de automóveis e
de navegação. A família vivia
entre Brasil e Portugal.
Foi cedo que aprendeu a
gostar de viagens, conta uma
das filhas, a psicóloga Vicky.
Vivia planejando conhecer
lugares diferentes, mas seu
destino favorito continuava
sendo a terra dos pais.
Morou no Texas e em Michigan, nos Estados Unidos,
e em Paris, na França.
O primeiro casamento,
que durou quatro anos, foi
em meados dos anos 40, com
o empresário Jayme Ribeiro
Serva. Tiveram três filhas.
O segundo foi com o médico Carlos Alvarenga, com
quem viveu por 27 anos. Há
quatro anos, ficou viúva.
Nos anos 1950, Maytê tentou ser atriz em filmes do diretor Carlos Thiré. Mas sofreu
pressão da sociedade e da família, que desaprovavam a
profissão. Foi até ameaçada
de perder na Justiça a guarda
das filhas se seguisse na carreira. Teve de desistir.
Foi trabalhar como decoradora. Também pintava
quadros, retratando pessoas
com rostos de animais.
Vaidosa, era sempre eleita
por colunas sociais como
uma das mais elegantes. Segundo a filha, a mãe procurava viver com intensidade.
Morreu anteontem, aos 81,
de câncer. Teve três filhas,
seis netos e seis bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
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