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VIOLÊNCIA
Segundo advogada de Farrampa Guilherme, ele foi agredido por parentes e amigos da garota antes de atirar
Suspeito de matar menina se entrega em SP
DAGUITO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Rodrigo Henrique Farrampa
Guilherme, 22, suspeito de matar
Tainá Alves de Mendonça, 5, e de
ferir com dois tiros o advogado
Marcos Vassiliades Pereira, 34,
durante briga de trânsito no último dia 11, em São Paulo, se entregou à polícia por volta das 6h de
ontem, após nove dias foragido.
Ele está preso no 77º DP, em
Santa Cecília (região central de
São Paulo), onde deve ficar por
pelo menos 15 dias.
Farrampa Guilherme foi indiciado por homicídio doloso pela
morte da garota. Ontem, antes de
ser encaminhado ao 77º DP, ele
levou policiais ao local onde a arma do crime estaria escondida,
mas ela não foi encontrada.
A advogada Elisabeth Tolgyesi
Lopes disse ontem que Farrampa
Guilherme alegou ter sido agredido antes de atirar. Segundo ela, o
rapaz teria dito que Pereira, Fábio
de Mendonça Jr., tio de Tainá, e
Alexandre Certo, amigo da família, teriam cercado o Monza e forçado os ocupantes a sair do carro.
Ele também teria dito que o menor P.R.S.S., 17, preso anteontem
e que dirigia o Monza, teria levado
uma gravata no pescoço.
Segundo familiares de Tainá e
de Pereira, não houve agressão.
Um dos ocupantes do Monza desceu armado e atirou.
Segundo sua advogada, Farrampa Guilherme agiu em legítima defesa. "Ele não atirou contra
o carro [onde estava Tainá", mas
contra alguém que foi buscar uma
arma." Na versão dela e de P., seu
cliente teria atirado em Pereira e
depois continuado a atirar porque o advogado teria corrido até o
Kadett para pegar uma arma.
Elisabeth negou a afirmação de
P. de que Farrampa Guilherme tenha participado de assaltos. O
menor, preso anteontem no Cipó
(zona sul) com uma quadrilha de
assaltantes, disse que Farrampa
Guilherme praticou de cinco a
seis assaltos com eles.
Fábio Mendonça, avô de Tainá,
disse ontem que a família não deseja a morte de Farrampa Guilherme. "Eu, no mínimo, desejo
que ele fique preso e que assim reflita sobre o que fez."
Testemunha ouvida pela Folha,
que não quis se identificar, disse
que viu quando o Monza, em fuga, entrou na contramão perto da
avenida Antônio Batuíra e bateu
no meio-fio, furando três pneus.
Os ocupantes correram para a
marginal Pinheiros. A testemunha chamou a polícia e disse não
ter dado depoimento.
Farrampa Guilherme foi detido
por policiais do GOE (Grupo de
Operações Especiais) da Polícia
Civil na portaria do Hospital
Mandaqui (zona norte de São
Paulo). Sua apresentação estava
sendo negociada há cerca de cinco dias pelas advogadas Elisabeth
e Cristina Pechirilli e pelas promotoras Mildrid Gonzalez Campi
e Eliana Passarelli. A defesa exigia
que a integridade do rapaz fosse
preservada. Segundo a polícia, nenhum privilégio foi negociado.
As advogadas encontraram o
rapaz no hospital por volta das 4h
e telefonaram para as promotoras, que chegaram com a polícia.
Do hospital, ele foi levado ao 14º
DP, em Pinheiros (zona oeste),
que apura o inquérito. Segundo
Elisabeth, ele disse em seu depoimento que só vai falar em juízo.
Depois, o rapaz fez exame de
corpo de delito no IML (Instituto
Médico Legal) e, em seguida, foi
encaminhado ao 77º DP.
O menor W., 16, apontado por
P. como o terceiro ocupante do
Monza, escapou de cerco policial
na madrugada de anteontem, no
bairro do Cipó, e está foragido.
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