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Texto viabiliza pedágio urbano
DA REPORTAGEM LOCAL
O Plano Diretor aprovado determina que a prefeitura analise a
viabilidade de implantação de
"fonte alternativa de receita" que
"onere os proprietários de veículos automotores privados".
O texto é uma abertura para a
adoção de novas medidas de restrição veicular e foi defendido por
urbanistas favoráveis ao pedágio
urbano na cidade de São Paulo.
A proposta não constava do
projeto enviado à Câmara Municipal pelo governo Marta Suplicy.
Foi incluída em um substitutivo
do vereador Nabil Bonduki (PT),
após debate com especialistas.
O urbanista Cândido Malta, um
dos principais defensores do pedágio urbano, atuou ativamente
para a inclusão da idéia e conseguiu a concordância do secretário
Jorge Wilheim (Planejamento).
O tratamento dado ao tema, porém, foi considerado "insuficiente" por Malta. A viabilidade do
pedágio urbano está no Plano Diretor como uma diretriz, sem prazo para ser estudada, e não como
uma das ações estratégicas para
os próximos quatro anos. "Ainda
é tímido. É como se a gente pudesse esperar", afirmou Malta.
A proposta de pedágio urbano
envolve a instalação de sensores
nos veículos, que seriam vigiados
eletronicamente e cobrados de
acordo com a circulação. Ela seria
adotada para reduzir congestionamentos, incentivar a utilização
do transporte coletivo e obter recursos para investir em metrô.
O tema ganhou contornos polêmicos principalmente após a sugestão de implantação de pedágios nas marginais, durante a administração Celso Pitta.
No governo Marta Suplicy, há
divergências sobre a idéia de pedágio urbano ou adoção de novas
medidas de restrição veicular.
Segundo a Folha apurou, Francisco Macena, presidente da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego), seria um dos principais
opositores. O secretário dos
Transportes, Carlos Zarattini, veria a proposta como positiva.
Ontem, ele disse que, após a
sanção do Plano Diretor pela prefeita, vai fazer os estudos que determinam a lei. Mas ressalvou que
só vê viabilidade na implantação
de pedágio urbano após a melhoria do sistema de ônibus e a conclusão da linha 4 do Metrô (Vila
Sônia-Luz), prevista para terminar em 2006, e da linha 5, cujo trecho inicial (Capão Redondo-Largo Treze) será entregue no mês
que vem, mas que tem projetos de
extensão até a Vila Mariana.
"Vamos fazer os estudos, vamos
apresentá-los e discutiremos com
a sociedade", afirmou. "Mas a
adoção de uma medida desse tipo
depende de uma rede minimamente eficiente de transporte público no anel viário. Tendo essas linhas de metrô, é possível pensar mais efetivamente na implantação disso."(ALENCAR IZIDORO)
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