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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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EDUCAÇÃO

Iniciativa de funcionária integrou vizinhança e colégio na zona leste de SP

Zeladora e clube de mães atraem comunidade a escola

DA REPORTAGEM LOCAL

Na escola estadual Blanca Zwicker Simões, no bairro Anália Franco (zona leste de São Paulo), as manhãs de sábado são dedicadas a aulas de canto abertas à comunidade. Aos domingos, são os evangélicos que frequentam o local para jogar futebol. Às segundas e às terças, é a vez de um vizinho ir à escola para cuidar da horta. A integração entre o colégio e a vizinhança, no entanto, não é fruto de nenhuma ação governamental, e sim da zeladora do local, Rosana Bastos.
Funcionária da escola há 18 anos, há cinco anos ela assumiu a zeladoria e se mudou com o filho para dentro da unidade. A primeira ação da nova moradora foi combater as invasões noturnas que ocorriam no local.
"Fui de porta em porta na vizinhança perguntar se eles topavam pagar um guarda que vigiasse tanto a escola quanto a rua." Resultado: a escola possui hoje duas guaritas, com seguranças pagos pelos moradores da região.
Mas Bastos ainda não estava satisfeita. "Escola vazia é um tédio sem fim." Foi quando surgiu a idéia de chamar ex-alunos do colégio para jogos de futebol aos fins de semana. Como contrapartida, o "aquecimento" dos atletas era um mutirão de limpeza no local.
O medo da zeladora era que suas ações pudessem ser consideradas "ilegais". Autorizada pela diretoria, porém, articulou um curso de canto. E segue com novos planos: agora, Bastos quer fazer um convênio para montar uma pista de kart na escola.

Clube de mães
Um processo parecido, mas capitaneado por um grupo de mães, ocorreu na escola municipal de educação infantil Dulce Hauck, na Vila Brasilândia (zona norte).
Em 2001, em parceria com a diretora do colégio, as mães formaram um clube, no qual umas ensinavam às outras alguma habilidade, como desenhar ou criar peças artesanais. O grupo começou a atrair pais e adolescentes e mudou de nome, virou a "Oficina dos Amigos Dulce Hauck".
Hoje, a escola oferece a cerca de 300 alunos aulas de artesanato, música, teatro, espanhol, francês e inglês -este último com 80 pessoas na fila de espera. Apenas nos últimos meses a escola entrou no programa "Escola Aberta".
(AMARÍLIS LAGE)

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