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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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Acidentes com vítimas no trânsito envolvem álcool

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de estar relacionado a crimes na periferia, segundo pesquisa feita em Curitiba e em São Paulo, o álcool aparece nos acidentes com veículos, a primeira causa de morte violenta no país.
No conjunto dos levantamentos, estima-se que entre 50% e 80% das vítimas de trânsito estavam alcoolizadas ou se feriram em acidentes nos quais o condutor estava embriagado.
Esse universo escapa da pobreza da periferia -onde o boteco é a única opção de lazer- para atingir os filhos da classe média que bebem demais nos finais de semana e insistem em dirigir.
Para esses casos, os especialistas recomendam rigor na lei, punição para os donos de bares que vendem álcool a quem já está embriagado e a implantação de políticas de redução de danos. Essas vão desde oferecer motorista para quem bebeu demais até incentivar grupos a escolher um colega que não beba e possa conduzi-los de volta.
Tais práticas são comuns em países escandinavos e foram defendidos na Conferência Internacional sobre Consumo de Álcool e Redução de Danos, realizado no Recife em 2002. Na Suécia, o governo chega a tirar do lugar árvores e postes de avenidas onde ocorrem a maioria das batidas de carros dirigidos por pessoas embriagadas nos fins de semana.
Uma pesquisa coordenada pela Uniad, Unidade de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo (Unifesp), mostrou que 13,4% dos acidentados que entravam no pronto-socorro do Hospital São Paulo estavam embriagados ou foram vítimas de alguém que tinha bebido demais. A maioria tinha tomado o equivalente a seis latas de cerveja ou 250 ml de destilado nas últimas seis horas.
O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, que coordenou a pesquisa, diz que 40% dos embriagados tinham associado álcool com maconha.
(AURELIANO BIANCARELLI)

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