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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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Ninguém se feriu; polícia investiga participação do PCC

Grupo atira e joga granada em posto da PM na Grande São Paulo

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

De seis a 15 homens fizeram de 30 a 40 disparos e jogaram três granadas contra um posto comunitário da Polícia Militar do parque Pirajussara, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, às 9h30 de ontem. Nenhum dos três policiais presentes ficou ferido.
À tarde, a polícia prendeu seis pessoas em um bar em Capão Redondo, zona sul da capital. Houve tiroteio e um policial foi ferido levemente com um tiro de raspão, mas os seis suspeitos não foram reconhecidos pelas vítimas do atentado -os três PMs- nem por três testemunhas -ocupantes de dois carros roubados. Mais tarde, outras duas pessoas foram detidas, mas também não houve o reconhecimento dos suspeitos.
O mesmo prédio sofreu atentado de menor proporção no começo do mês, quando dois homens fizeram disparos. O de ontem foi o segundo atentado contra um posto da PM na Grande SP em uma semana. No domingo passado, homens deram mais de 20 tiros contra o prédio da PM de Embu, que faz divisa com Taboão.
Ontem, apenas uma das três granadas explodiu. Policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) levaram um robô ao local para detonar as granadas.
A 80 metros do posto, a polícia localizou um Fiat Palio usado na ação e que havia sido roubado 25 minutos antes do atentado. Outro carro, um Fusca, foi roubado na área logo após o crime.
Para o delegado Etore Bonifácio, os atentados de Embu e Taboão podem ter sido executados pelo mesmo grupo. Segundo Bonifácio, dois dos homens que participaram da ação de ontem possuem as mesmas características físicas dos criminosos que atiraram contra o posto de Embu.
O delegado afirma que os atentados podem ter relação com a morte de Silvio dos Santos Luis, 23, o Binha, foragido da cadeia de Taboão da Serra. Ele foi morto pela polícia no sábado passado.
O criminoso seria ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa criada nos presídios e que, em 2001, organizou a maior rebelião carcerária da história do país em São Paulo.
Um dia após o atentado em Embu, o comércio não abriu por causa de toque de recolher do PCC.

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