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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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A terra onde há mais menina-mãe

DA REVISTA

Em todas as ZHs, a maioria dos jovens que já constituíram família própria é do sexo feminino. Mas a zona 4 chama atenção pela discrepância entre o número de meninas que têm filhos (23%) e o de meninos que se dizem pais (7,3%).
Ou eles não assumem as crianças ou elas têm filhos com homens mais velhos. A assistente social Rosa de Lourdes Azevedo dos Santos, que defendeu tese de mestrado na USP sobre a gravidez adolescente em Sapopemba -um dos distritos da zona 4-, aposta na segunda hipótese. "Os adolescentes normalmente assumem a paternidade", afirma.
O urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Pólis, lembra também a falta de acesso às medidas contraceptivas. "Os jovens da periferia têm as informações, conhecem os anticoncepcionais, mas muitas vezes não têm dinheiro para comprá-los. Em alguns locais, também não têm acesso aos serviços de saúde."
Outro indicador que chama a atenção na ZH4 é o desemprego: 70,8% dos jovens não trabalham. O índice é mais alto até do que na zona 5 (68,1%), onde se observa maior exclusão.
Outra desvantagem é a distância das regiões onde há, de fato, trabalho.

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