|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Inquérito está à disposição", diz Lembo
Governador confirma que polícia investiga elo entre petistas e PCC, mas diz não se preocupar com o teor das gravações
Pefelista admite ter sido informado sobre as escutas em maio, mas afirma que pediu para que o fato "fosse esquecido publicamente"
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
Cláudio Lembo (PFL), disse
ontem que o inquérito que apura a existência ou não de vínculos entre supostos integrantes
da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e
alguns militantes do PT está
em andamento. A afirmação
contraria nota emitida também
ontem pelo secretário estadual
da Segurança Pública, Saulo de
Castro Abreu Filho,
"Os inquéritos têm de prosseguir, na parte do inquérito,
ele é público, tem transparência e a sociedade pode conhecer, a imprensa, os meios de comunicação podem conhecer,
porém, da minha parte, como
governador de São Paulo, eu
desconheço como problema
político eleitoral", disse o governador, no Anhembi, na tarde de ontem.
Lembo também reconheceu
que, no início da primeira onda
de ataques atribuídos ao PCC,
em maio, ele foi, sim, avisado
pelo então secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, de que os grampos telefônicos em que presos
foram flagrados dizendo que os
alvos da facção eram "todos os
políticos, menos os do PT" foram detectados por uma autoridade da região oeste do Estado, que, com receio de represálias, tem sua identidade preservada pela Folha.
Lembo disse que, à época,
pediu que o "fato fosse esquecido publicamente". Ao ser questionado sobre o apurado no inquérito, ele disse: "Não, nem
sei, nem me preocupei. Você
pode falar na Secretaria da Segurança Pública, certamente,
lá na Polícia Civil eles instauraram o inquérito e, eventualmente, tem algum documento,
alguma coisa, mas não me
preocupa não, e eu acho muito
superficial isso, muito pouco
importante".
Procurado pela Folha, o ex-secretário Nagashi Furukawa
não quis comentar o caso.
O governador enfatizou ainda que o atual momento político eleitoral pode gerar fatos como esse em que supostos integrantes do PCC citam o nome
do PT. "Num momento político eleitoral, a gente tem que
preservar a democracia e isso
podia criar um desgaste ao processo eleitoral e não é bom, é
uma coisa ingênua, uma coisa
que não deve ser levada com
profundidade necessária, mas
é claro que deve haver um inquérito, uma análise."
(ANDRÉ CARAMANTE)
Texto Anterior: Reportagem só foi publicada após inquérito Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: "Como sói ocorrer" Índice
|