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Preso acusado de ligação com seqüestro
Manobrista suspeito de ter furtado carro usado para seqüestrar equipe de reportagem da Globo disse ter sido roubado
Apesar de estar com a prisão decretada, Luciano José da Silva estava trabalhando em um estacionamento na Vila Madalena (zona oeste de SP)
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia prendeu ontem o
manobrista Luciano José da
Silva, 26, acusado de ter furtado
o veículo usado no seqüestro do
jornalista Guilherme Portanova e do técnico Alexandre Calado, da equipe de reportagem da
TV Globo, mantidos reféns pela
facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Ao ser detido, Silva disse que
o carro fora roubado. No entanto, policiais contaram à Folha
que ele mudou a versão depois
e afirmou ter recebido ordens
da facção para levar o carro em
troca de dinheiro. Integrantes
do PCC teriam pedido um carro quatro portas, grande e potente. Silva, no entanto, afirmou à polícia que desconhecia
que o carro seria usado em um
seqüestro.
Pedido de prisão
A prisão temporária dele havia sido decretada pela Justiça
no dia 21. Ele estava foragido e,
após uma denúncia anônima,
foi encontrado em um estacionamento, onde havia começado a trabalhar dias atrás, na rua
Fidalga, na Vila Madalena.
Outros três suspeitos de envolvimento com o crime estão
desaparecidos.
A DAS (Delegacia Anti-Seqüestro) passou a investigar o
envolvimento de Silva após ter
descoberto que um dos carros
usados no seqüestro -um Vectra- na verdade foi levado por
um manobrista, e não roubado,
como haviam informado um
dos proprietários do estacionamento Stop Bem -onde Silva
trabalhava na época. Após a
descoberta, um dos donos do
local, Renato Santos, disse que
mentiu para não ter de ressarcir o proprietário do veículo.
Os funcionários da Globo foram seqüestrados no dia 12 de
agosto. O técnico Alexandre
Calado foi solto no mesmo dia,
mas os seqüestradores condicionaram a libertação de Portanova à exibição de um vídeo do
PCC, que acabou sendo divulgado pela emissora. O repórter
foi libertado no fim da noite de
domingo. Depois disso, o carro
foi achado queimado na capital.
Surpresa
No estacionamento em que
Silva foi detido, manobristas se
disseram surpresos com a prisão. Segundo eles, Silva fez testes de direção e ingressou em
uma turma nova de manobristas do Quick Park, que começou a trabalhar nesta semana.
Um deles, que não quis se identificar, afirmou que Silva "estava contente com o trabalho. Só
falava que tinha problema de
família e que precisava do dinheiro para o aluguel. Isso tudo
pegou a gente de surpresa. Não
dava para imaginar".
Colaborou VICTOR RAMOS, da Redação
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