São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2007

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Falsa socialite já agia em 2001, diz conselho

À época, Kelly tinha 13 anos e furtou cheques; ela também teria se feito passar por veterinária e dermatologista

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A falsa socialite Kelly Samara Carvalho dos Santos, 19, presa na terça-feira em São Paulo acusada de estelionato e furtos a pessoas de classe média alta, começou a furtar cheques de terceiros em 2001, diz o Conselho Tutelar de Amambai (MS), cidade onde ela nasceu e viveu até a truculenta adolescência.
Em 2007, diz a polícia, furtou em fevereiro uma camionete no Mato Grosso, e, em março, roupas, no Mato Grosso do Sul.
O currículo de Kelly inclui, segundo autoridades, até venda de cavalos que não existiam. Astuta, disse estar sendo perseguida por traficantes para se livrar da internação em uma casa de reeducação em 2004. Foi incluída no programa estadual de proteção à testemunha e, em seguida, fugiu, conta o juiz da Infância e Juventude de Amambai, Thiago Tanaka.
Aos 15, em 2003, Kelly se passou por veterinária para se aproximar de famílias ricas criadoras de gado e cavalo, diz o delegado de Amambai, Claudineis Galinaris. Foi ali que, segundo ele, tentou vender cavalos inexistentes.
Parentes de Kelly relatam que ela foi abandonada pela mãe aos 3 meses de vida após uma gravidez indesejada.
Ela foi criada pelos avós maternos, Epitácio Carvalho Neto, 82, e Alzira Ricardo de Carvalho, 74, numa casa simples. A mãe de Kelly, Celira Ricardo de Carvalho, 40, mora em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, com dois filhos de outro relacionamento.
O pai, Sérgio Luiz dos Santos, vive em Nova Xavantina (MT) e chegou a receber a filha em 2005, mas não a procurou mais depois de ela ser acusada de furtos na cidade.
A Justiça da Infância e Juventude marcou audiência para janeiro daquele ano, mas Santos e a filha Kelly não compareceram. Santos está incomunicável, afirmou ontem uma mulher que disse à Justiça ser mulher dele.
Em fevereiro de 2006, Kelly se apresentou como dermatologista para ser contratada pelo hospital do município de Tacuru (MS), diz o prefeito Cláudio Barcelos (PR). Médico, Barcelos diz ter descoberto a fraude. Ela foi presa e levada ao presídio de Dourados, diz o prefeito.
Neste ano, no dia 12 de fevereiro, disse a delegada Cleibe de Paula, Kelly furtou a Pajero de seu namorado em Cuiabá e seguiu passando cheques sem fundos, no valor de R$ 3.000, até Sinop (MT), onde foi detida.

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