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Falsa socialite já agia em 2001, diz conselho
À época, Kelly tinha 13 anos e furtou cheques; ela também teria se feito passar por veterinária e dermatologista
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A falsa socialite Kelly Samara
Carvalho dos Santos, 19, presa
na terça-feira em São Paulo
acusada de estelionato e furtos
a pessoas de classe média alta,
começou a furtar cheques de
terceiros em 2001, diz o Conselho Tutelar de Amambai (MS),
cidade onde ela nasceu e viveu
até a truculenta adolescência.
Em 2007, diz a polícia, furtou
em fevereiro uma camionete
no Mato Grosso, e, em março,
roupas, no Mato Grosso do Sul.
O currículo de Kelly inclui,
segundo autoridades, até venda
de cavalos que não existiam.
Astuta, disse estar sendo perseguida por traficantes para se livrar da internação em uma casa
de reeducação em 2004. Foi incluída no programa estadual de
proteção à testemunha e, em
seguida, fugiu, conta o juiz da
Infância e Juventude de
Amambai, Thiago Tanaka.
Aos 15, em 2003, Kelly se
passou por veterinária para se
aproximar de famílias ricas
criadoras de gado e cavalo, diz o
delegado de Amambai, Claudineis Galinaris. Foi ali que, segundo ele, tentou vender cavalos inexistentes.
Parentes de Kelly relatam
que ela foi abandonada pela
mãe aos 3 meses de vida após
uma gravidez indesejada.
Ela foi criada pelos avós maternos, Epitácio Carvalho Neto,
82, e Alzira Ricardo de Carvalho, 74, numa casa simples. A
mãe de Kelly, Celira Ricardo de
Carvalho, 40, mora em Pedro
Juan Caballero, no Paraguai,
com dois filhos de outro relacionamento.
O pai, Sérgio Luiz dos Santos,
vive em Nova Xavantina (MT) e
chegou a receber a filha em
2005, mas não a procurou mais
depois de ela ser acusada de
furtos na cidade.
A Justiça da Infância e Juventude marcou audiência para janeiro daquele ano, mas
Santos e a filha Kelly não compareceram. Santos está incomunicável, afirmou ontem
uma mulher que disse à Justiça
ser mulher dele.
Em fevereiro de 2006, Kelly
se apresentou como dermatologista para ser contratada pelo
hospital do município de Tacuru (MS), diz o prefeito Cláudio
Barcelos (PR). Médico, Barcelos diz ter descoberto a fraude.
Ela foi presa e levada ao presídio de Dourados, diz o prefeito.
Neste ano, no dia 12 de fevereiro, disse a delegada Cleibe de
Paula, Kelly furtou a Pajero de
seu namorado em Cuiabá e seguiu passando cheques sem
fundos, no valor de R$ 3.000,
até Sinop (MT), onde foi detida.
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