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Sem cigarro, ar de bares melhorou, diz estudo
Com lei antifumo, substância tóxica em pulmão de garçons e clientes não fumantes não sobe mais ao longo da noite
Secretaria da Saúde de São Paulo examinou voluntários em bares e boates antes e depois de a nova legislação entrar em vigor no Estado
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo com clientes e
garçons de bares e boates de
São Paulo confirma que a lei
antifumo faz bem para a saúde
dos fumantes passivos (não fumantes que inalam a fumaça do
cigarro de outras pessoas).
A lei estadual, em vigor desde
o último dia 7, proíbe fumar em
ambientes fechados de uso coletivo, incluindo fumódromos.
O estudo em questão, feito
pela Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo, mediu a
concentração de monóxido de
carbono (uma das substâncias
tóxicas do cigarro) nos pulmões
de frequentadores e trabalhadores de quatro bares e boates
da capital em dois momentos.
A primeira medição, com 50
pessoas, foi feita semanas antes
da lei antifumo. A segunda, com
30 (parte estava no primeiro
teste), foi realizada na semana
passada, com a norma em vigor.
Os voluntários, que sopraram
num aparelho semelhante ao
bafômetro no início e no fim da
noite, eram não fumantes.
No primeiro caso, por causa
da fumaça no ambiente, todas
as 50 pessoas chegaram ao fim
da noite com mais monóxido de
carbono nos pulmões do que no
início. E 33 delas apresentaram
concentrações iguais às de fumantes -algumas até comparáveis às de fumantes pesados.
No segundo caso, por outro
lado, sem a fumaça, a maioria
dos garçons e clientes terminou a noite com os mesmos níveis detectados horas antes.
Daqueles 30 não fumantes,
23 tiveram variações mínimas
nos níveis de monóxido de carbono. Três apresentaram queda -vivem com fumantes e já
chegaram ao bar com resquícios da substância, que foram
diminuindo ao longo da noite.
As outras quatro pessoas tiveram aumento pequeno de
monóxido de carbono nos pulmões, mas não por fumaça de
cigarro. São garçons que ficam
muito tempo na cozinha, onde
os fornos liberam a substância.
"A lei antifumo está trazendo
um grande ganho para os não
fumantes", resume Luizemir
Lago, que dirige o Centro de
Referência de Álcool, Tabaco e
Outras Drogas, o órgão da Secretaria de Estado da Saúde
que realizou o estudo.
A fumaça do cigarro leva a
problemas que vão de rinite, sinusite e asma a catarata, câncer
de pulmão, infarto do coração,
AVC (acidente vascular cerebral) e morte súbita de bebês.
O fumo passivo é a terceira
causa de mortes evitáveis no
mundo, após o tabagismo ativo
e o alcoolismo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, sete
brasileiros morrem a cada dia
por doenças do fumo passivo.
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