São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Crianças depredam Conselho Tutelar

Jovens espalharam documentos e quebraram impressora de unidade na Vila Mariana, onde estavam apreendidos

Meninos e meninas foram identificados, mas três voltaram a fugir depois de serem levados para um abrigo

Andre Vicente/Folhapress
Perito na recepção do Conselho Tutelar da Vila Mariana (zona sul), depredado por sete jovens na noite de anteontem

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cinco meninas e dois meninos depredaram, na noite de anteontem, a sede do Conselho Tutelar da Vila Mariana (zona sul de SP). Em três horas, o grupo cheirou solvente dentro da unidade, espalhou documentos e quebrou uma impressora. Após o tumulto, cinco foram levados a abrigos, mas três deles fugiram.
Os jovens haviam sido apreendidos pela Polícia Militar após fazerem um arrastão em um hotel vizinho à estação Paraíso do metrô. No local, eles tentaram furtar o celular de uma funcionária, mas não conseguiram.
O grupo então foi levado ao 36º DP (Vila Mariana), que não registrou a ocorrência porque as crianças disseram ter menos de 12 anos. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) proíbe a presença de crianças em unidades policiais e a internação na Fundação Casa.
Em seguida, por volta das 17h, os PMs levaram os menores ao conselho da Vila Mariana. No prédio havia quatro conselheiras.
"As crianças chegaram drogadas e continuaram usando solvente aqui [no Conselho]. O cheiro era forte e cheguei a ficar "alterada'", diz Sueli Federighi, 59.
A revolta começou quando os jovens foram informados de que iriam para abrigos diferentes. Eles apagaram as luzes do prédio e começaram a jogar objetos no chão.

NA DELEGACIA
Por volta das 20h30, as conselheiras, policiais militares e os jovens foram ao 26º DP (Sacomã). O caso também não foi registrado na unidade e todos acabaram indo para o 16º DP (Vila Clementino).
No boletim de ocorrência não há menção a apreensão das garrafas de solvente.
"Esse material não entrou aqui na delegacia. Mas caso as crianças tivessem usado, é dever da polícia tomar o material", disse Airton Sante Amore, delegado assistente do 16º Distrito de Polícia, na zona sul da cidade.
Segundo a PM, as garrafas com solvente foram retiradas dos jovens e entregues ao Conselho Tutelar.
Após o registro da ocorrência, os policiais levaram os sete jovens para o centro de identificação da Fundação Casa, onde foi esclarecido que dois dos sete têm 12 anos.
"Eles ficarão internados para um estudo mais aprofundado e medidas de ressocialização", diz Thales Cézar de Oliveira, promotor da Infância e Juventude.
Os outro cinco jovens também tiveram os nomes identificados -dois deles têm dez anos, um 11 e outro não teve a idade informada. Eles foram levados para dois abrigos, mas três deles já fugiram.


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