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São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2003

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POLÍCIA SOB SUSPEITA

CPI quer ouvir Marco Antonio Desgualdo sobre esquema de proteção policial que era dado a Lobão

Procuradoria apurará grampo com delegado

DA REPORTAGEM LOCAL

O Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) deve enviar hoje à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo as escutas telefônicas em que o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Marco Antonio Desgualdo, aparece falando com outro policial, que estava sendo monitorado pelo Ministério Público Federal em uma investigação sobre contrabando e adulteração de combustíveis.
No diálogo, Desgualdo determina a esse assessor, o delegado Luiz Carlos dos Santos, o China, que alerte outro delegado sobre um grampo que o Ministério Público vinha fazendo, no telefone dele, dentro de uma investigação.
Na semana passada, o delegado-geral confirmou ter tido a conversa com seu assistente, quando estava em férias, mas afirmou que cobrava providências do caso. "Queria apurar a veracidade e me adiantar", afirmou ele.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, irá analisar o material para saber se o delegado cometeu algum crime. No caso, o de prevaricação, segundo autoridades que ouviram a gravação. Em razão do cargo, Desgualdo tem foro diferenciado.
Ontem, a CPI da Pirataria da Câmara aprovou convidar o delegado-geral para prestar esclarecimentos sobre o esquema de proteção policial que era dado ao contrabandista Roberto Eleutério da Silva, o Lobão. A data ainda não foi definida, mas o depoimento deve ocorrer na semana que vem. "Não é só pelos grampos. Queremos informações gerais sobre a polícia que ele comanda e que está sendo investigada", disse o presidente da CPI, deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP).
Desgualdo informou, segundo a Secretaria da Segurança Pública, que aceitará o convite da CPI.

CPI
A CPI vai encaminhar hoje ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), relatório que aponta suposto envolvimento do deputado Pedro Corrêa (PE), presidente nacional do PP, com o empresário Ari Natalino da Silva, suspeito de liderar máfia de adulteração de combustíveis.
Grampos indicam que Corrêa receberia dinheiro de Silva. Cunha deve repassar o relatório à Corregedoria da Câmara, que decide se abre investigação contra o presidente do PP.
Por nota, Corrêa informou que não comentaria as acusações ontem, mas que faria um pronunciamento no plenário sobre o caso nesta semana.


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