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POLÍCIA SOB SUSPEITA
CPI quer ouvir Marco Antonio Desgualdo sobre esquema de proteção policial que era dado a Lobão
Procuradoria apurará grampo com delegado
DA REPORTAGEM LOCAL
O Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) deve enviar hoje à Procuradoria Geral de Justiça
de São Paulo as escutas telefônicas
em que o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Marco Antonio Desgualdo, aparece falando
com outro policial, que estava
sendo monitorado pelo Ministério Público Federal em uma investigação sobre contrabando e
adulteração de combustíveis.
No diálogo, Desgualdo determina a esse assessor, o delegado Luiz
Carlos dos Santos, o China, que
alerte outro delegado sobre um
grampo que o Ministério Público
vinha fazendo, no telefone dele,
dentro de uma investigação.
Na semana passada, o delegado-geral confirmou ter tido a conversa com seu assistente, quando
estava em férias, mas afirmou que
cobrava providências do caso.
"Queria apurar a veracidade e me
adiantar", afirmou ele.
O procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, irá analisar o material para saber se o delegado cometeu algum crime. No caso, o de
prevaricação, segundo autoridades que ouviram a gravação. Em
razão do cargo, Desgualdo tem
foro diferenciado.
Ontem, a CPI da Pirataria da
Câmara aprovou convidar o delegado-geral para prestar esclarecimentos sobre o esquema de proteção policial que era dado ao
contrabandista Roberto Eleutério
da Silva, o Lobão. A data ainda
não foi definida, mas o depoimento deve ocorrer na semana
que vem. "Não é só pelos grampos. Queremos informações gerais sobre a polícia que ele comanda e que está sendo investigada",
disse o presidente da CPI, deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP).
Desgualdo informou, segundo a
Secretaria da Segurança Pública,
que aceitará o convite da CPI.
CPI
A CPI vai encaminhar hoje ao
presidente da Câmara, João Paulo
Cunha (PT-SP), relatório que
aponta suposto envolvimento do
deputado Pedro Corrêa (PE), presidente nacional do PP, com o
empresário Ari Natalino da Silva,
suspeito de liderar máfia de adulteração de combustíveis.
Grampos indicam que Corrêa
receberia dinheiro de Silva. Cunha deve repassar o relatório à
Corregedoria da Câmara, que decide se abre investigação contra o
presidente do PP.
Por nota, Corrêa informou que
não comentaria as acusações ontem, mas que faria um pronunciamento no plenário sobre o caso
nesta semana.
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