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AMBIENTE
Chapada dos Veadeiros (GO) é uma das mais afetadas; para o Ibama, fogo é proposital ou provocado por manejo agrícola
Incêndios atingem 4 áreas de conservação
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Os incêndios em áreas ambientais estão se espalhando rapidamente pelo país desde o final de
semana. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) está
com as suas principais brigadas
em ação. São quatro áreas de conservação com vários focos de incêndio, entre elas a Chapada dos
Veadeiros (GO).
Em Minas Gerais, havia registro
de incêndio ontem em seis municípios da região metropolitana de
Belo Horizonte, com destaque para a mata da Copasa, a companhia
de saneamento do Estado, na cidade de Nova Lima.
Incêndio de grandes proporções atingia também a reserva do
Panga, em Uberlândia, da UFU
(Universidade Federal de Uberlândia), de 400 hectares. A assessoria de imprensa da universidade informou que 60% da reserva
foi atingida.
Com a seca neste período, o fogo se alastra com facilidade, mas
são duas as causas principais, de
acordo com Heloiso Bueno Figueiredo, coordenador do Prevfogo (Programa de Prevenção e
Controle das Queimadas e Incêndios Florestais) do Ibama em Brasília: o incêndio proposital e os
provocados por manejo agrícola
sem os devidos cuidados.
Essas duas causas estão presentes no incêndio da Chapada dos
Veadeiros, onde 70 homens tentavam controlar os 15 focos, de
acordo com Figueiredo.
A parte norte da reserva é a mais
atingida, diz o coordenador do
Ibama. A causa principal nessa região foram as queimadas provocadas por agricultores da cidade
de Cavalcante.
Um helicóptero, vários veículos
e carros especiais que permitem
entrar em áreas de difícil acesso
estão sendo usados. O fogo ameaçava o rio Preto pela margem esquerda, mas as brigadas conseguiram evitar o avanço.
Figueiredo disse que ainda não
foi possível dimensionar o total de
área queimada na chapada, onde
o Ibama espera controlar o fogo
até amanhã, justamente para poder deslocar as equipes para outras unidades.
Tocantins
Uma delas é o Parque Nacional
do Araguaia, no Estado dos Tocantins, onde cerca de 40 homens
devem iniciar somente hoje o
combate ao incêndio, que põe em
risco 100 mil hectares.
O atraso, segundo ele, é pelo fato de lá existirem reservas indígenas. Foi necessário negociar com
a Funai antes de iniciar os trabalhos. O parque possui área de
557.714 hectares. Está localizado
no norte da ilha do Bananal.
O fogo destrói também em Tocantins a Estação Ecológica de
Serra Geral. Tentam controlá-lo
25 homens. Os problemas lá são
com os posseiros.
A área é composta por antigas
fazendas sem regularização agrária. Os posseiros promovem manejos agrícolas de forma indiscriminada e sem cuidados. É o sexto
incêndio neste ano. A estação fica
perto do Parque Estadual do Jalapão, também atingido.
Mais 20 brigadistas do Ibama
estão em alerta também na serra
das Araras (MT). O fogo está nas
proximidades do parque. O fogo
foi debelado no Parque Nacional
da Serra da Canastra (MG).
Ilha Grande
No Parque Nacional do Ilha
Grande, no Paraná, são cerca de
150 pessoas e três helicópteros para combater o fogo que começou
no domingo, segundo o coordenador do Prevfogo.
Um batalhão do Exército de
Guaíra, uma equipe da hidrelétrica de Itaipu e a Defesa Civil do Paraná ajudam no combate ao incêndio, que já se espalhou por 30
km em linha reta e atingiu a mata
ciliar da lagoa Jatobá.
No final da tarde de ontem, a diretora do parque, Maude Nanci
Motta, disse que o incêndio ainda
estava descontrolado. Suspeita-se
de incêndio criminoso. "Constatamos a prática do crime em 98%
dos casos, mas é muito difícil pegar o culpado", disse a diretora.
Colaborou MARI TORTATO, da Agência
Folha, em Curitiba
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