São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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Prefeitura testa nas ruas 15 ônibus híbridos que rodarão no Fura-Fila

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Oito anos após entrar no imaginário do paulistano, o Fura-Fila, rebatizado de Paulistão, já está sendo testado na cidade de São Paulo. Sem alarde, a prefeitura colocou em circulação em maio 15 ônibus híbridos -que combinam motores a diesel com eletricidade- que serão usados no novo sistema a partir de dezembro.
Hoje, passageiros dos corredores das avenidas Nove de Julho, Ibirapuera e Guarapiranga usam esses veículos prateados e com ar-condicionado, mais longos e muito mais caros. Cada unidade custa R$ 500 mil, contra R$ 150 mil dos convencionais e R$ 200 mil dos adaptados aos corredores.
O Fura-Fila surgiu em 1996 na propaganda do então candidato a prefeito Celso Pitta pelas mãos do marqueteiro Duda Mendonça, que hoje cuida da campanha de Marta Suplicy (PT) à reeleição.
Quando o primeiro trecho de 2,8 km for entregue, ligando o Parque Dom Pedro (centro) à praça Alberto Lion, esses ônibus passarão a rodar pela via elevada sobre a av. do Estado. O usuário poderá pagar com bilhete único.
"Estamos testando a receptividade do público, medindo a emissão de gases e treinando condutores. A resposta tem sido extremamente positiva", diz o presidente da SPTrans, José Evaldo Gonçalo.
O custo chamou a atenção do vereador tucano Roberto Tripoli. "É desperdício de dinheiro público." Para a SPTrans, as justificativas são conforto e segurança. Na frente há dois eixos. "Se um pneu estoura, o outro mantém a direção. Se é importante na rua normal, na via elevada é ainda mais."
O veículo também conta com câmeras de vídeo e monitoramento por satélite. Dentro, tem vidros maiores e mais espaço para cadeiras de roda, além de portas rebaixadas e sem degraus para facilitar o acesso de deficientes.
Esses ônibus de 15 metros de comprimento levam 110 passageiros; os comuns, de 12 metros, 80.
Sobre a não-divulgação do teste, Gonçalo citou a precaução. "O projeto virou símbolo negativo."
Os ônibus, da SPTrans, são alugados às empresas. Outras seis unidades foram encomendadas.


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