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Mamadeira sem higiene era servida em CEU
Vigilância Sanitária constatou diversas irregularidades na merenda, mas prefeitura só afastou empresa responsável seis meses depois
Prefeitura diz que demora para punir a Sistal se deve à tramitação do processo administrativo -com amplo direito à defesa
ALENCAR IZIDORO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Preparo das mamadeiras dos
bebês sem condições básicas de
higiene, coliformes fecais na
salada e no leite-"impróprio
para consumo humano" e servido na merenda para crianças
com menos de um ano.
A extensa lista de irregularidades foi constatada pela Vigilância Sanitária e por nutricionistas da prefeitura na merenda escolar do CEU Navegantes,
na zona sul de São Paulo, frequentado por 2.341 alunos.
O principal sinal de alerta foi
dado após 21 crianças passarem
mal. Tiveram diarreia. Os problemas são considerados pela
gestão Gilberto Kassab (DEM)
como os mais graves na rede
nos últimos quatro anos.
Laudos apontaram coliformes fecais (bactérias presentes
nas fezes e que indicam a possibilidade de transmissão de
doenças) no leite para crianças
até um ano, no achocolatado
(sempre bem acima do permitido) e até na água filtrada.
Mas a empresa responsável
pelo serviço, a Sistal, só foi afastada seis meses após a constatação, em março, das principais
irregularidades. Seguiu fornecendo merenda em 120 unidades de Santo Amaro e Capela do
Socorro até a semana passada.
No sábado, saiu a decisão da
prefeitura de proibi-la de licitar
ou prestar serviços ao município durante um ano, devido à
gravidade das falhas, "colocando em risco a inocuidade da
preparação de alimentos".
Trata-se, diz a gestão Kassab,
da mais dura penalidade já aplicada a uma fornecedora de merenda terceirizada. A prefeitura
atribui às exigências administrativas, com amplo direito à
defesa, a demora para punir.
Alega que não houve risco em
mantê-la por seis meses porque foi montada uma força-tarefa de vigilância da merenda.
Em julho, o contrato da Sistal
expirou, mas foi prorrogado
por dois meses pela prefeitura.
A decisão de impedir a Sistal
de manter contratos com a prefeitura foi tomada num momento em que ela já deixaria de
prestar os serviços -a empresa
não disputou a licitação que selecionou as novas fornecedoras
da merenda, que passaram a
trabalhar nesta semana.
Nos últimos três anos, a fiscalização do CAE (órgão formado por pais e servidores) já havia identificado problemas como economia na merenda e alimentos estragados. Mas a prefeitura diz que as falhas no CEU
Navegantes foram as primeiras
comprovadas até pela Vigilância Sanitária.
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