São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aumento de mortes no Rio se deve a uso de armas mais pesadas, diz comandante da PM

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O comandante-geral da Polícia Militar do Rio, Ubiratan Ângelo, afirmou ontem, em seminário sobre direitos humanos, que o aumento de 19% de mortes de civis em suposto confronto com a polícia neste ano -segundo estatística divulgada anteontem pelo Instituto de Segurança Pública- se deve ao armamento cada vez mais pesado adotado por policiais e criminosos e ao fato de os traficantes não se renderem.
"Quando era tenente da PM, combatíamos contra revólveres calibre 22, 32, 38 e havia uma ou outra pistola calibre 45. Hoje são fuzis e metralhadoras", disse, comentando que os tiros antes eram disparados de distância menor -o que pode explicar ainda o aumento nas balas perdidas.
Ângelo também atribuiu o alto número de mortes e o aumento de crimes à onda de violência do fim de 2006 e início de 2007, quando bandidos queimaram um ônibus com pessoas dentro e atacaram policiais nas ruas. "Tivemos de guardar nossos planos momentaneamente na gaveta [...]. Agora os planos estão sendo retirados da gaveta."
O professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Ignacio Cano, que debatia com Ângelo, contestou o coronel alegando que, se essa fosse a explicação, o número de policiais mortos também teria aumentado. Para Ângelo, maior planejamento, uso de inteligência e grande número de policiais em operações evitaram mais mortes entre membros da polícia.


Texto Anterior: Repercussão: OAB critica secretário de segurança
Próximo Texto: Racismo: Suíço é preso após chamar atendente negra de "macaca"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.