São Paulo, sábado, 24 de outubro de 2009

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Incêndio em rebelião mata 5 presos e fere 40

Fogo foi causado por detentos em presídio na Paraíba; com capacidade para 600 presos, o local abrigava 831

GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA

Um incêndio provocado ontem por detentos durante uma rebelião no Presídio do Róger, em João Pessoa (PB), deixou pelo menos cinco presos mortos e outros 40 feridos.
O fogo começou em dois colchões amarrados nos portões de uma cela, fugiu do controle dos detentos e se espalhou pelo interior do pavilhão 3 da penitenciária, que abrigava 140 presos. Com capacidade para 600 detentos, o presídio mantinha 831 até antes do motim.
Agentes penitenciários tiveram que derrubar as paredes do pavilhão com marretas para salvar os presos e apagar o fogo.
O motim, segundo o governo da Paraíba, visava desviar a atenção das autoridades de uma tentativa de resgate de um preso transferido do Presídio do Róger para uma unidade de segurança máxima de João Pessoa. O plano de resgate, afirma o governo, foi descoberto pela inteligência do sistema penitenciário e abortado.
O pavilhão onde houve o motim abriga presos que precisam ficar isolados dos demais, como homossexuais, estupradores e delatores, segundo Ednaldo Correia, presidente do sindicato dos agentes penitenciários.
Para evitar fuga em massa, a Polícia Militar cercou o presídio ainda durante o incêndio e depois realizou vistoria nas celas. Segundo a corporação, não houve fugas nem confrontos entre presos e policiais.
Os 40 feridos foram internados no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Nove presos respiram com ajuda de aparelhos e correm risco de morrer. Os outros são mantidos na unidade de queimados, com queimaduras sobretudo no rosto, no tórax e nos braços.
Policiais militares vigiam o hospital para evitar fugas. Visitas de parentes dos presos não foram autorizadas -os familiares recebem informações por boletins médicos.
A Polícia Civil entrou em greve na Paraíba nesta semana, mas os agentes penitenciários não aderiram ao movimento, de acordo com o sindicato.
Em 1997, outra rebelião no mesmo presídio resultou em oito presos mortos. O Ministério Público acusou PMs de terem torturado e matado os presos após invadirem a penitenciária para conter a rebelião e libertar reféns. A Justiça inocentou os policiais neste mês.


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