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Incêndio em rebelião mata 5 presos e fere 40
Fogo foi causado por detentos em presídio na Paraíba; com capacidade para 600 presos, o local abrigava 831
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
Um incêndio provocado ontem por detentos durante uma
rebelião no Presídio do Róger,
em João Pessoa (PB), deixou
pelo menos cinco presos mortos e outros 40 feridos.
O fogo começou em dois colchões amarrados nos portões
de uma cela, fugiu do controle
dos detentos e se espalhou pelo
interior do pavilhão 3 da penitenciária, que abrigava 140 presos. Com capacidade para 600
detentos, o presídio mantinha
831 até antes do motim.
Agentes penitenciários tiveram que derrubar as paredes do
pavilhão com marretas para
salvar os presos e apagar o fogo.
O motim, segundo o governo
da Paraíba, visava desviar a
atenção das autoridades de
uma tentativa de resgate de um
preso transferido do Presídio
do Róger para uma unidade de
segurança máxima de João
Pessoa. O plano de resgate, afirma o governo, foi descoberto
pela inteligência do sistema penitenciário e abortado.
O pavilhão onde houve o motim abriga presos que precisam
ficar isolados dos demais, como
homossexuais, estupradores e
delatores, segundo Ednaldo
Correia, presidente do sindicato dos agentes penitenciários.
Para evitar fuga em massa, a
Polícia Militar cercou o presídio ainda durante o incêndio e
depois realizou vistoria nas celas. Segundo a corporação, não
houve fugas nem confrontos
entre presos e policiais.
Os 40 feridos foram internados no Hospital de Emergência
e Trauma de João Pessoa. Nove
presos respiram com ajuda de
aparelhos e correm risco de
morrer. Os outros são mantidos na unidade de queimados,
com queimaduras sobretudo
no rosto, no tórax e nos braços.
Policiais militares vigiam o
hospital para evitar fugas. Visitas de parentes dos presos não
foram autorizadas -os familiares recebem informações por
boletins médicos.
A Polícia Civil entrou em greve na Paraíba nesta semana,
mas os agentes penitenciários
não aderiram ao movimento,
de acordo com o sindicato.
Em 1997, outra rebelião no
mesmo presídio resultou em
oito presos mortos. O Ministério Público acusou PMs de terem torturado e matado os presos após invadirem a penitenciária para conter a rebelião e
libertar reféns. A Justiça inocentou os policiais neste mês.
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