São Paulo, terça, 24 de novembro de 1998

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TEMPO NA ESCOLA
4,6 milhões de alunos da rede estadual paulista passam cinco horas por dia em sala de aula
SP e DF aumentam carga horária

Marlene Bérgamo/Folha Imagem
A professora Clotilde O. Matos dá aula de História na EEPSG Professor Ennio Voss, em SP, que tem carga horária de cinco horas


da Reportagem Local

O Estado de São Paulo e o Distrito Federal são os únicos que já adotaram a carga horária de cinco horas em suas escolas públicas. Em São Paulo, a carga horária de cinco horas passou a ser adotada em algumas escolas a partir de 1995.
O número de instituições com carga horária ampliada aumentou nos últimos anos, mas ainda não atinge todas as escolas.
Segundo a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, dos 6,1 milhões de alunos na rede estadual, 4,6 milhões já estão estudando com cinco horas diárias de carga horária.
De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, a maioria dos alunos que ainda estudam quatro horas estão no período noturno.
Neste ano, por conta da LDB (Lei de Diretrizes e Bases), as escolas estaduais de São Paulo alteraram o número e a duração das aulas para o ensino fundamental e médio.
Até 97, os alunos que tinham seis aulas de 50 minutos passaram a ter cinco aulas de 60 minutos. E as que tinham cinco aulas de 40 minutos passaram a ter quatro aulas de 60 minutos (período noturno).
Segundo a secretaria, a mudança permite um maior aproveitamento das aulas porque a duração incluía o tempo de deslocamento dos professores.
"De fato, as aulas duravam de 30 a 40 minutos. Neste ano, o aluno continua com cinco horas diárias, mas ele sai ganhando porque a aula de 60 minutos se torna mais produtiva", diz Cleusa Silva Pulice, diretora da Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau Ennio Voss, no Brooklin, zona sul de São Paulo.
De acordo com o ministro Paulo Renato Souza (Educação), a alteração de 180 para 200 dias letivos, realizada neste ano, já ameniza a posição do Brasil no ranking.
Segundo ele, além de São Paulo e Distrito Federal, os outros Estados tendem a aumentar a carga horária paulatinamente até chegar a ser integral.
"Isso se consegue construindo novas escolas e tendo maior planejamento educacional. Há locais onde sobram vagas e outros em que faltam muitas. É preciso criar novas escolas onde está a população", diz.
(PRISCILA LAMBERT)


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