|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Carga de 667 horas por ano é superior apenas a quatro países pesquisados; tempo total é o menor do Mercosul
Aluno brasileiro do 1º grau estuda menos
da Sucursal de Brasília
O estudante brasileiro de 1º grau
é um dos que passam menos tempo em sala de aula entre todos os
43 países pesquisados. São 667 horas por ano contra 791 horas nos
países da OCDE. Nos EUA, os alunos estudam 958 horas, e na Malásia, 1.140.
Os alunos brasileiros só estudam
mais tempo do que os húngaros
(551 horas), os tchecos (635 horas), os suecos (624) e os tailandeses (634).
Todos os alunos de 1º grau dos
países do Mercosul estudam mais
do que os brasileiros. Os chilenos
estudam 860 horas por ano, os argentinos, 788, e os uruguaios, 732.
Apesar de a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) estabelecer que Estados e municípios devem se esforçar para aumentar a
carga horária até chegar ao tempo
integral (manhã e tarde), até agora
só o Estado de São Paulo e o Distrito Federal expandiram a carga
horária diária de quatro para cinco horas.
O Distrito Federal aumentou a
carga horária nas escolas do ensino fundamental de quatro para
cinco horas diárias em 1997. A
mudança está acontecendo aos
poucos, paralelamente à substituição das séries pelos ciclos.
Dos 36,4 milhões de alunos matriculados no 1º grau, 19,7 milhões
estudam mais de quatro horas por
dia, e 16,7 milhões, quatro horas
ou menos.
A média de permanência em sala
de aula é mais baixa no Nordeste,
onde há o turno da fome (das 11h
às 14h). Como não há vaga para
todos os alunos, as escolas são
obrigadas a criar um turno extra
entre a manhã e a tarde para acomodar os excedentes.
Embora o problema esteja mais
presente no Nordeste, ele é registrado também no Sul e no Sudeste.
Em São Paulo, 173 mil alunos estudam menos de quatro horas por
dia. No Rio de Janeiro, são 108 mil
alunos na mesma situação e no
Rio Grande do Sul, 63 mil.
"É preciso investir pesadamente
no aumento do turno escolar, acabar com o turno da fome e o turno
noturno para crianças de 7 anos.
Cinco horas é o mínimo que um
aluno precisa ficar na escola. Menos do que isso é inviável para a
aprendizagem", disse Maria Helena Guimarães, presidente do
Inep.
Segundo Maria Helena, as vagas
para o ensino fundamental são em
número suficiente. "O problema
é de localização das escolas. Das
240 mil escolas brasileiras, 140 mil
têm menos de 30 alunos. É preciso
incentivar a nucleação desses estabelecimentos, pois eles poderiam
atender uma demanda maior",
disse.
Segundo a presidente do Inep, o
maior desafio dos Estados e municípios em relação ao ensino fundamental é justamente aumentar
o tempo de estudo dos alunos nas
escolas.
(DF e BB)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|