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Destino do motoboy é o ponto polêmico
da Reportagem Local
A discussão sobre o destino de
Francisco de Assis Pereira deve ser
o ponto mais polêmico durante o
primeiro julgamento do motoboy,
previsto para fevereiro, no caso da
morte de Selma Ferreira Queiroz.
Isso porque os advogados do réu
já consideram incontestáveis as
provas existentes contra ele na
apuração desse caso, ou seja, têm
como certa sua condenação.
Promotoria e defesa discordam,
no entanto, sobre o tipo de estabelecimento para o qual ele deve ir:
cadeia ou casa de custódia.
Pereira foi submetido a exames
de sanidade mental e considerado
semi-imputável por possuir um
transtorno de personalidade. Para
o seu caso, no entanto, o laudo
afirma que não há tratamento.
"Se não há tratamento, ele tem
que ficar na custódia", diz a advogada Maria Elisa Munhol.
"Se não há tratamento, ele deve
cumprir pena em uma cadeia comum", diz o promotor Edilson
Bonfim. "Caso contrário, daqui
um ano um laudo pode considerá-lo readaptado e devolvê-lo às
ruas exatamente como ele é hoje."
Pena
A falta de provas contra Pereira
não deve ter reflexo prático sobre
a pena do réu. Isso porque, mesmo se ele for condenado apenas
pelos seis homicídios nos quais já
existem provas, cumprirá no máximo 30 anos no sistema prisional,
conforme a legislação brasileira.
Se o juiz decidir por uma medida
de segurança, os exames de sanidade mental se renovarão a cada
ano até que os médicos considerem cessada sua periculosidade.
Conexão
O promotor Edilson Bonfim ainda tem à disposição um argumento jurídico que facilita a acusação
contra o motoboy: a conexão processual. Nesse caso, um mesmo
júri analisaria mais de um crime.
Para Bonfim, os crimes praticados pelo motoboy são produto de
uma mesma estrutura de personalidade e devem ser analisados em
um contexto, "porque a prova de
um deles influencia no outro."
O pedido ainda não foi feito ao
juiz José Ruy Borges Pereira que,
em princípio, prefere a individualização dos processos. "Ele foi ao
parque um dia, matou uma. Em
outro dia, matou outra. Cada processo deve ter suas provas."
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