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VIOLÊNCIA
Cerca de 100 mil pessoas passavam pelo local, um dos principais pontos comerciais de SP; mulher está em estado grave
Bomba explode na rua 25 de Março e fere 15
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma bomba caseira explodiu
na rua 25 de março, no centro de
São Paulo, por volta das 16h de
ontem, às vésperas do dia de Natal, ferindo ao menos 15 pessoas,
entre elas duas crianças. Uma
mulher sofreu traumatismo craniano e está em estado grave.
No momento da explosão ao
menos 100 mil pessoas circulavam pela rua, uma das principais
áreas comerciais da cidade, conhecida pelos preços baixos e por
ser um paraíso da ilegalidade e do
contrabando. Durante todo o dia,
cerca de 800 mil pessoas passaram pela região, segundo a Univinco (União dos Lojistas da 25 de
Março e Adjacências).
Com o deslocamento de ar provocado pela explosão da bomba,
uma das vítimas foi arremessada
da calçada. Houve correria. Comerciantes chegaram a desmaiar
devido ao nervosismo.
Uma jovem de 19 anos, que estava grávida, entrou em estado de
choque ao ver que seu filho de 2
anos havia sido ferido. Ela deu à
luz a um menino e os dois passam
bem. Seu filho de 2 anos foi transferido para o hospital do Mandaqui, mas não corre risco de morte.
A explosão estourou parte do
concreto da calçada. Um semáforo de pedestres ficou destruído.
"Foi pura maldade o que aconteceu", disse o capitão da Polícia
Militar Walmir Martini.
Os feridos foram levados aos
prontos-socorros da Santa Casa,
da Glória e do Hospital do Servidor Público Municipal, onde permaneciam em observação.
Até o início da noite de ontem, a
polícia ainda não sabia quem havia "plantado" a bomba caseira
-um extintor de incêndio pequeno cheio de pregos- dentro
de uma lixeira da rua.
Sem pistas
"Não temos pistas, por enquanto, de quem poderia ter feito isso",
disse o comandante da Tropa de
Choque da PM, Joviano Conceição Lima. Ele disse ainda que não
havia condições de identificar como a bomba foi detonada.
Designado pelo prefeito José
Serra (PSDB) para acompanhar o
caso, o subprefeito da Sé, Andrea
Matarazzo, trabalhava com a hipótese de o crime ter sido praticado como uma forma de retaliação
à fiscalização antipirataria, que se
tornou mais freqüente na região
no último mês. Diversas lojas foram fechados em blitze e barracas
de camelôs apreendidas.
O inspetor da GCM (Guarda Civil Metropolitana), José Aparecido César, disse que a bomba explodiu perto dos guardas que faziam a fiscalização dos ambulantes. Segundo Matarazzo, no momento da explosão não estava havendo nenhum tipo de confronto
com os camelôs.
Uma hora após a explosão, a
polícia já havia isolado a área próximo ao local da explosão -num
raio de 50 metros a partir do número 1.031 da 25 de março. Nesse
trecho da rua há pequenas lojas
que vendem roupas, brinquedos e
enfeites de Natal.
Segundo o presidente da Univinco, Jorge Sucar Dib, comerciantes da região se reuniram há
poucos dias com autoridades da
polícia e da prefeitura e demonstraram preocupação com a falta
de fiscalização na região.
As 350 lojas e as mais de 2.000
salas comerciais da 25 de março
estarão abertas hoje ao público,
das 7h às 18h. "Ainda bem que já
alcançamos o crescimento de 7%
nas vendas esperado para este Natal. Porque, apesar da segurança
que providenciamos, no sábado
[hoje] muita gente ficará com medo de voltar", afirmou Dib.
(AMARÍLIS LAGE, FABIO SCHIVARTCHE, FÁBIO TAKAHASHI E VICTOR RAMOS)
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