São Paulo, sexta-feira, 24 de dezembro de 2010 |
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ELIAS BENTO DE LUNA (1930-2010) Suou pelo Maracanã e por Brasília ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO O paraibano Elias Bento de Luna deixou sua parcela de contribuição em duas das obras mais emblemáticas do país: o estádio do Maracanã, no Rio, e a cidade de Brasília, no planalto central. Ele ajudou a construir os dois locais. Aos 18 anos, o rapaz saiu do município de Alagoa Nova, sua terra natal, com destino ao Rio. Na capital fluminense, ficou dez anos trabalhando na construção civil. Graças ao suor de Elias e de seus companheiros, o Maracanã ficou pronto em 1950, para sediar a Copa do Mundo. Mas quem fez a festa, naquele ano, foram os uruguaios, ao vencer o torneio. Nos tempos em que ficava desempregado, Elias se virava ensinando trabalhadores a ler e a escrever, o que ele mesmo aprendera sozinho. Quando soube da construção de um nova capital, decidiu se mudar para Brasília, para trabalhar nas obras de uma barragem. Mas não ficou para ver a inauguração da cidade, em 1960, pois viria antes para São Paulo. Numa das visitas feitas à Paraíba, reencontrou Lourdes, de quem já havia sido namorado. O casamento foi em meados dos anos 60. Em São Paulo, para onde o casal se mudou, Elias trabalhou como frentista de posto -aposentou-se na função. Manteve o gosto pela leitura até o fim da vida. Neste ano, ele conseguiu concluir o ensino fundamental. Recebeu o diploma na quinta (16), com um erro em seu nome. Sofria de Parkinson há cerca de dez anos. Morreu no sábado, aos 80, após uma parada cardíaca. Deixa viúva e duas filhas. No velório, o diretor da escola deu à família o diploma com o nome certo. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Foco: Paulistana antecipa Natal para manter tradição de reunir toda a família Índice | Comunicar Erros |
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