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Eleição de Tatto é investigada por Promotoria
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público do Estado
de São Paulo investiga suspeita de
corrupção na eleição para a presidência da Câmara Municipal,
vencida por Arselino Tatto (PT).
A apuração foi motivada por representação do vereador Antonio
Carlos Rodrigues (PL), que saiu
derrotado da disputa.
Na representação, Rodrigues levanta suspeita em torno da mudança de voto dos vereadores Edivaldo Estima (PPS), Eliseu Gabriel (PDT), Humberto Martins
(PDT) e Havanir Nimitz (Prona).
Os quatro parlamentares tinham assumido compromisso de
votar no candidato do PL, mas
três deles votaram em Tatto no
dia da decisão, em dezembro do
ano passado. Havanir, que na
época estava sendo investigada
por uma sindicância interna da
Câmara Municipal, não apareceu
para votar.
Antes da mudança de voto, Rodrigues contava ter maioria para
vencer a disputa pela presidência.
Na representação encaminhada a
promotores, ele atribui a mudança de voto de seus colegas a "fatos
e irregularidades que possam ter
sido praticados por parlamentares e pela administração" na disputa. Na votação, ele teve 25 votos, e Tatto, 29.
Depoimento
Segundo o Ministério Público,
Rodrigues será chamado na próxima semana para dar informações detalhadas sobre suspeitas
que ele levanta, como a oferta de
cargos no governo em troca de
voto para Tatto.
Os promotores também devem
convocar na próxima semana o
presidente da Câmara.
"Ele pode falar o que quiser,
mas é preciso provar", disse ontem o vereador Estima, que, como
Tatto e outros vereadores mencionados por Rodrigues, nega
qualquer irregularidade.
Na administração, a apuração
provocou ontem uma reação irônica do secretário de Governo,
Rui Falcão.
"A eleição de Arselino Tatto foi
uma eleição democrática, reconhecida até pelo próprio adversário, que continua hoje a integrar a
base de sustentação do governo.
Mas se o Ministério Público quiser investigar a mudança de opinião das pessoas, que é uma coisa
nova no país, ele que o faça", disse
Falcão, ontem, em informativo
interno da prefeitura.
Ontem, ele também voltou a negar que haja loteamento de cargos
no governo. "O que há é que as
pessoas que apóiam o nosso governo têm direito de participar do
governo", disse.
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