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ADMINISTRAÇÃO
Prefeitura já iniciou processo de licitação de estacionamentos, que devem estar concluídos até o final de 2007
Centro terá cinco garagens subterrâneas
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
A administração do prefeito José Serra (PSDB) iniciou ontem o
processo de licitação para a construção de cinco garagens subterrâneas no centro de São Paulo.
Serão no mínimo 3.000 vagas a
mais para estacionar no centro,
segundo a Folha apurou. Pela
previsão, as garagens devem estar
prontas até o final de 2007.
Os locais beneficiados serão:
avenida São João (entre as ruas Líbero Badaró e São Bento), rua
Conselheiro Crispiniano, 378,
praça Dom José Gaspar (entre a
avenida São Luiz e a rua Bráulio
Gomes), praça Fernando Costa
(entre as ruas General Carneiro,
25 de Março e Bittencourt Rodrigues) e praça João Mendes e avenida Liberdade (do viaduto Dona
Paulina à rua da Glória).
A milionária concorrência da
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização), que terá seus detalhes publicados no "Diário Oficial" nos próximos 20 dias, prevê
contratos de concessão.
Isto é, as empresas vencedoras
serão responsáveis pela construção das garagens e pela sua administração por 30 anos. Após esse
período, as garagens passam a ser
de propriedade da administração,
caso não haja interesse em manter
a concessão. A tarifa ao usuário, o
número exato de vagas e os valores a serem pagos pela concessionária à prefeitura só serão definidos após o recebimento das propostas na licitação.
Hoje, a cidade já tem duas garagens subterrâneas concedidas:
uma sob a praça Alexandre de
Gusmão, ao lado do parque Trianon, e a outra sob a avenida Enéas
Carvalho de Aguiar, ao lado do
Hospital das Clínicas, ambas na
região da avenida Paulista. Oferecem juntas 1.710 vagas.
Segundo o subprefeito da Sé,
Andrea Matarazzo, as novas garagens vão suprir uma demanda
crescente por vagas de estacionamento no centro da cidade.
"Com a revitalização em curso
dessa região, há mais pessoas e
carros circulando, até mesmo de
noite. Nossa idéia é apertar a fiscalização junto aos estacionamentos ilegais, que atrapalham o
trânsito, e oferecer vagas boas e
seguras", diz Matarazzo.
A Estapar, que opera as duas garagens subterrâneas em funcionamento, não tem interesse na concorrência, afirma o presidente da
empresa, Helio Cerqueira Júnior,
que também é vice-presidente do
sindicato dos estacionamentos.
Segundo ele, o investimento é
alto -R$ 25 milhões para construir uma garagem para 500 vagas- e o modelo de concessão é
falho, pois os reajustes de tarifa
têm de ser autorizados pelo prefeito, não existe um combate efetivo dos estacionamentos irregulares e não há garantias contra
eventuais perdas de receita.
Desde a gestão de Jânio Quadros, no final dos anos 80, a prefeitura projeta novas garagens
subterrâneas. Mas a maioria não
saiu do papel por causa de problemas ambientais e econômicos.
Pela localização das novas garagens, em áreas já bastante consolidadas, a repercussão entre urbanistas não aponta para polêmica.
O arquiteto Edson Antunes, que
participou de projeto para garagens subterrâneas em Paris, elogia a iniciativa, mas defende mudanças no atual modelo de concessão. Segundo ele, as garagens
subterrâneas revitalizam áreas
degradadas como o centro.
Mas, para Antunes, o modelo
deveria prever a concessão de vagas individuais a moradores do
entorno das garagens. ""A pessoa
poderia ter o direito de "comprar"
a vaga pelo mesmo prazo da concessão. Isso até valorizaria o imóvel, porque teria uma garagem."
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