São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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SAÚDE

Para oftalmologistas, aglomeração de pessoas em piscinas e praias, comum nesta época, favorece transmissão da doença

Verão traz aumento de casos de conjuntivite

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Há dez dias, a esteticista Adriana Pires, 35, descobriu que era a mais nova vítima de uma doença que costuma encher os consultórios dos oftalmologistas nesta época do ano. Ela acordou com um dos olhos inchado e com uma secreção amarelada. O médico deu o diagnóstico: conjuntivite, uma doença que agride os olhos, causando muito desconforto.
Segundo o oftalmologista Newton Kara José, professor da USP e responsável pelo setor no Hospital das Clínicas (HC), a cidade está tendo um surto da doença, o que é considerado normal neste período do ano.
O número de casos confirmados de conjuntivite no HC aumentou de dois para 20 por dia. O principal motivo é o verão, porque nesta época as pessoas ficam mais aglomeradas, especialmente na praia e em piscinas, facilitando a transmissão.
Há dois tipos de conjuntivite contagiosa: a viral e a bacteriana. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio do contato com objetos pessoais, como toalhas, fronhas e talheres.
A forma viral da doença é mais agressiva e leva de 15 a 20 dias para ser curada. "Os antibióticos disponíveis não atacam o vírus causador da conjuntivite e, por isso, a única alternativa é manter os olhos sempre limpos e usar colírios até a doença sumir."
Já no caso da conjuntivite bacteriana, o antibiótico tem ação imediata e o problema desaparece em aproximadamente cinco dias. Só o médico pode diferenciar os casos.
Para o oftalmologista Nilton Chinem, do Centro de Controle de Doenças da prefeitura, é normal que o mês de janeiro tenha mais registros de conjuntivite. Segundo ele, a doença não é de notificação compulsória e, por isso, não há informações precisas sobre o número de casos.
A psicóloga Renata Gomes Zangeralamu, 31, e a filha Bruna, 14, estão há 20 dias com conjuntivite viral. "Já fui a quatro médicos e todos disseram que é preciso ter paciência porque não há o que fazer. Estou em pânico."


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