São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Consórcio fecha o 1º acordo de indenização

Família de Valéria Marmit pediu que os valores pagos não sejam divulgados

Os três filhos da bacharel morta no acidente na obra do metrô receberão uma indenização por danos morais e pensão vitalícia

ROGÉRIO PAGNAN
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Consórcio Via Amarela fechou ontem acordo para pagar pensão mensal vitalícia aos três filhos da bacharel em direito Valéria Marmit, 37, cujo corpo foi resgatado do desabamento na linha 4 do metrô, obra sob a responsabilidade do consórcio. Os valores da indenização não foram divulgados a pedido da família. Esse foi o primeiro acordo de indenização.
Apesar de Valéria não ter a carteira que permitiria exercer a advocacia -formada em 2005, ela faria o exame da OAB no dia 21-, o valor da indenização foi calculado como se ela já atuasse como advogada.
Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que o pagamento de indenizações por expectativa de vencimentos, como ocorreu, não é comum. O normal é ser considerado o valor que a vítima recebia na época do acidente.
Além da pensão vitalícia, os três filhos de Valéria também receberão uma indenização por danos morais. Esse valor também não foi informado.
A família da bacharel em direito foi assessorada pela Defensoria Pública de São Paulo.
"Eles parecem que foram imbuídos com o espírito de resolver a situação. Nós esperamos que essa sensibilidade por parte do consórcio e seguradora continue", afirmou o defensor público Carlos Loureiro, 36.
O acordo será homologado amanhã na Justiça e o depósito das indenizações ocorrerá 30 dias após essa homologação.

Consórcio
O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que vai defender o Consórcio Via Amarela na esfera criminal das investigações sobre o desabamento, disse que o fato de o consórcio pagar a indenização não significa reconhecimento de culpa pelo acidente.
"É um dever de solidariedade humana", disse Mariz de Oliveira, que já foi defensor de Suzane Richthofen.
Ele dividirá os trabalhos com o advogado Roberto Telhada. Até o momento, a 3ª Delegacia Seccional, que preside o inquérito, ainda não apontou nenhum culpado. "Só defendemos inocentes. O consórcio afirma que é inocente no acidente", afirmou Telhada.

Testemunhas
Dezoito pessoas já prestaram depoimentos, entre moradores, vizinhos, testemunhas e funcionários da obra.
Um motorista, amigo de Francisco Sabino Torres, 48, motorista da obra morto no desabamento, afirmou à polícia que ele e seu colega só perceberam que havia um problema na obra no momento em que houve o deslizamento.
Segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança, o depoente, que não teve seu nome divulgado, afirmou que caiu no buraco juntamente com Torres, mas conseguiu sair da cratera.
O motorista afirmou, segundo a secretaria, que ele e Francisco estavam voltando para os caminhões, quando foram tragados pelo buraco.


Texto Anterior: Há 50 anos
Próximo Texto: Parlamentares fazem diligência à sede do Metrô
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.