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Consórcio fecha o 1º acordo de indenização
Família de Valéria Marmit pediu que os valores pagos não sejam divulgados
Os três filhos da bacharel morta no acidente na obra do metrô receberão uma indenização por danos morais e pensão vitalícia
ROGÉRIO PAGNAN
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O Consórcio Via Amarela fechou ontem acordo para pagar
pensão mensal vitalícia aos três
filhos da bacharel em direito
Valéria Marmit, 37, cujo corpo
foi resgatado do desabamento
na linha 4 do metrô, obra sob a
responsabilidade do consórcio.
Os valores da indenização não
foram divulgados a pedido da
família. Esse foi o primeiro
acordo de indenização.
Apesar de Valéria não ter a
carteira que permitiria exercer
a advocacia -formada em
2005, ela faria o exame da OAB
no dia 21-, o valor da indenização foi calculado como se ela já
atuasse como advogada.
Especialistas ouvidos pela
reportagem afirmam que o pagamento de indenizações por
expectativa de vencimentos,
como ocorreu, não é comum. O
normal é ser considerado o valor que a vítima recebia na época do acidente.
Além da pensão vitalícia, os
três filhos de Valéria também
receberão uma indenização por
danos morais. Esse valor também não foi informado.
A família da bacharel em direito foi assessorada pela Defensoria Pública de São Paulo.
"Eles parecem que foram imbuídos com o espírito de resolver a situação. Nós esperamos
que essa sensibilidade por parte do consórcio e seguradora
continue", afirmou o defensor
público Carlos Loureiro, 36.
O acordo será homologado
amanhã na Justiça e o depósito
das indenizações ocorrerá 30
dias após essa homologação.
Consórcio
O advogado Antonio Claudio
Mariz de Oliveira, que vai defender o Consórcio Via Amarela na esfera criminal das investigações sobre o desabamento,
disse que o fato de o consórcio
pagar a indenização não significa reconhecimento de culpa
pelo acidente.
"É um dever de solidariedade
humana", disse Mariz de Oliveira, que já foi defensor de Suzane Richthofen.
Ele dividirá os trabalhos com
o advogado Roberto Telhada.
Até o momento, a 3ª Delegacia
Seccional, que preside o inquérito, ainda não apontou nenhum culpado. "Só defendemos inocentes. O consórcio
afirma que é inocente no acidente", afirmou Telhada.
Testemunhas
Dezoito pessoas já prestaram
depoimentos, entre moradores, vizinhos, testemunhas e
funcionários da obra.
Um motorista, amigo de
Francisco Sabino Torres, 48,
motorista da obra morto no desabamento, afirmou à polícia
que ele e seu colega só perceberam que havia um problema na
obra no momento em que houve o deslizamento.
Segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria
da Segurança, o depoente, que
não teve seu nome divulgado,
afirmou que caiu no buraco
juntamente com Torres, mas
conseguiu sair da cratera.
O motorista afirmou, segundo a secretaria, que ele e Francisco estavam voltando para os
caminhões, quando foram tragados pelo buraco.
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