São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Ritmo de crescimento de São Paulo cairá ainda mais

Estimativa do Seade aponta que população da cidade aumentará 3,9% até 2020

Pela projeção, cidade terá 11.210.909 habitantes, ante os 10.789.058 atuais; vizinhas da Grande SP lideram avanço populacional

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Estimativa populacional calculada pelo Seade para todos os municípios do Estado aponta crescimento de apenas 3,9% na população da cidade de São Paulo até 2020, o segundo menor índice entre as cidades com mais de 200 mil habitantes -Santos, com 0,8%, é a primeira colocada- e menos de 1/4 da expansão calculada para o Estado no período, de 16,6%.
Pela projeção, a cidade deverá ter 11.210.909 habitantes daqui a 13 anos (atualmente, são 10.789.058). Até 2010, a população deve crescer anualmente 0,5% em média, menos que a metade do 1,1% observado na década de 80. De 2015 a 2020, a taxa de crescimento será de apenas 0,19% -a média do Estado no período será de 0,90%.
Conforme o Seade, um dos principais fatores da reversão é a queda na migração nos últimos 20 anos -tendência que deve ser mantida, diz o estudo.
Na opinião da demógrafa Rosana Baeninger, coordenadora do Núcleo de Estudos da População da Unicamp, o surgimento de novos pólos econômicos regionais contribuiu para diminuir a migração para a capital paulista. "O próprio interior paulista também se desenvolveu e reteve a sua população. Hoje, vemos pessoas da capital em direção ao interior", disse.

Vizinhança
A pequena expansão demográfica da capital paulista, segundo projeção da Seade para 2020, não encontra eco nas suas vizinhas da Grande São Paulo. Barueri, que crescerá 49,1%, Itaquaquecetuba (45,5%) e Suzano (42,3%) lideram o avanço populacional entre as cidades com mais de 200 mil habitantes no Estado.
Fora da Grande São Paulo, a cidade cuja população mais deve crescer até 2020 é Sorocaba, com 27,8%, seguida de Franca, com 25,9%.
O "boom" no entorno de São Paulo resulta de outro fenômeno: a maior mobilidade entre as cidades vizinhas e o município-pólo, segundo Baeninger. "As cidades precisam se preparar para a migração entre si, esse ir e vir da população de cidades da sua região, que vem trabalhar e estudar."
No Estado, pela primeira vez desde o início do século 20, o crescimento anual da população ficará abaixo de 1% ao ano, entre 2015 e 2020, quando a expansão deverá ser de 0,9%. O número menor de filhos por mulher e a queda da migração explicam a redução do ritmo do crescimento, segundo a Seade.


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