São Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ALÉM DAS PAREDES

"Ex-casa" não tem parede, não tem mais nada

Era uma casa de taipa, protegida por tombamento

FELIPE MODENESE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eram nove as casas de taipa de pilão na cidade de São Paulo protegidas pelo patrimônio. Sobraram sete. Duas, embora tombadas, viraram ruínas.
Foi o destino da sede do sítio Itaim, que sucumbiu num terreno da avenida Faria Lima, e da sede do sítio Mirim, em São Miguel Paulista.
Da casa do século 19 que deu origem ao bairro Itaim Bibi, sobram escombros de barro expostos à chuva. Uma parada no terreno revela o abandono das ruínas restantes, contrariando as placas que anunciam a restauração completa do imóvel.
Em 2003, um acordo entre o Ministério Público e a empresa Bela Vista S/A, proprietária do imóvel desde 1980, definiu os termos da recomposição da casa e um prazo de 18 meses.
Em dezembro, Teófilo Rocha, diretor da empresa que administra o terreno, afirmou que as obras de restauro começariam no dia 15 de janeiro. A reportagem visitou o local, mas não há sinal de obras. O diretor for procurado durante as duas últimas semanas, mas não atendeu à Folha.
A arquiteta Helena Saia, responsável pelo restauro, disse que está sendo feito o orçamento e que a obra começará em fevereiro.
Outro patrimônio em degradação é o sítio Mirim. A prefeitura está elaborando um projeto para a revitalização do entorno, mas o sítio arqueológico está desprotegido.
Arquitetos e estudiosos do patrimônio histórico explicam que infiltração de água faz com que a taipa esfarele. Há décadas, as duas construções estão sendo corroídas pela água.
Sete casas estão restauradas. Seis delas mantêm algum uso.


Texto Anterior: Lei que autoriza autuações completa seis anos sem uso
Próximo Texto: Detalhes são revelados em prédios tombados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.