São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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SP, 455

Paulista concentra advogados mais admirados do país

Antes instalados no centro pela proximidade dos tribunais, escritórios preferem a avenida pela facilidade do transporte

Metro quadrado para locação na região já ultrapassa R$ 60, o dobro do valor de dez anos atrás, mas menor que nas avenidas Faria Lima e Berrini

DA REPORTAGEM LOCAL

A avenida que já serviu de residência a industriais e comerciantes endinheirados vem cada vez mais emprestando suas calçadas para a oferta de serviços, o que fez com que se tornasse uma das principais concentrações de advogados do país. Dos 50 escritórios de advocacia mais admirados em 2008, 12 estão sediados na Paulista -se somarmos os do entorno, o número chega a 17. A avaliação é do anuário "Análise Advocacia" de 2008.
"Há 30 anos, todos os escritórios se concentravam no centro, por causa da localização dos fóruns", diz o advogado criminalista Antonio Mariz de Oliveira, que em 2002 saiu da rua Nestor Pestana, no centro, para se estabelecer na esquina da Paulista com a alameda Campinas. Para Mariz de Oliveira, o metrô facilita os deslocamentos para os fóruns espalhados pela cidade, o que dá vantagem à Paulista sobre outros pólos da advocacia na capital, como as avenidas Faria Lima e Luiz Carlos Berrini.
Essa comodidade, porém, representa um custo maior aos escritórios do que demandavam os endereços da região central. De acordo com a consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, o metro quadrado para locação na Paulista já ultrapassa R$ 60, o dobro do valor de dez anos atrás.
Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), o aluguel comercial na avenida fica atrás do cobrado na região da Faria Lima e da Juscelino Kubitschek, mas, quando o assunto é compra de terreno, seus preços estão entre os mais altos da cidade.
Foi na Paulista que ocorreu o negócio imobiliário mais caro já concluído em São Paulo, quando, em 2007, Cyrela e Camargo Corrêa arremataram o terreno que abrigou a mansão do conde Francisco Matarazzo, demolida em 1996. Com valor pago estimado em R$ 132 milhões, a área, hoje estacionamento, deve virar um conjunto de lojas e torres comerciais.
Para a diretora do Centro de Ciências Humanas da PUC Maria Margarida Limena, o projeto segue a evolução da avenida, que o tempo democratizou. Os casarões cederam espaço para festas e protestos.
Nos últimos anos, shoppings de estandes, que vendem bugigangas e produtos piratas, se multiplicaram pela avenida. O mais novo deles, aberto em agosto, fica em um edifício de propriedade da família Mofarrej, uma das mais tradicionais da cidade -sinal de que ser dono de um terreno na Paulista ainda é coisa para poucos, mas frequentá-la é para todos.


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