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Vereadora não vai a depoimento
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
Apesar de ter afirmado anteontem, logo depois de deixar a cadeia do 89º DP, que iria à Câmara
para prestar depoimento à comissão processante que analisa a cassação de seu mandato, a vereadora Maria Helena Fontes (PL) não
compareceu.
O advogado da vereadora, Laertes Macedo Torrens, justificou a
ausência com um atestado médico, entregue ao presidente da comissão, Paulo Frange (PTB), no
qual o médico Oswaldo Pereira
Guimarães, clínico geral e médico
da família da vereadora, afirma
que Maria Helena "é portadora de
síndrome vertiginosa e transtornos do labirinto (labirintite), hipertensão essencial e edema da laringe (o que a teria deixado afônica)". O médico receitou repouso
de uma semana "para recuperação parcial da saúde".
Torrens questionou a regra
adotada pela comissão, que estabelecera que a primeira pessoa a
ser ouvida seria a vereadora, depois as testemunhas de acusação
e, finalmente, as de defesa.
Torrens argumentou que o artigo 81 da lei federal 9.099/95, que
regula o rito processual durante
um julgamento, estabelece que
primeiro devem ser ouvidas as
testemunhas de acusação, depois
as de defesa, e, por último, o acusado. Por isso, segundo Torrens, a
comissão deveria inverter a ordem dos depoimentos.
Depois de um intervalo de 20
minutos, os sete vereadores da comissão decidiram, por unanimidade, que manteriam o rito pré-estabelecido. Porém, por causa da
ausência da vereadora, optaram
por ouvi-la "na primeira oportunidade que ela comparecer à Câmara". O vereador José Mentor
(PT) disse que a comissão entendeu que a lei 9.099/95 não se aplica ao caso de cassação do mandato de um parlamentar. "Estamos
utilizando o decreto 201/67, que é
o diploma legal para a cassação",
explicou o vereador.
O advogado de Maria Helena
tentou adiar os depoimentos das
testemunhas, já previamente
agendados. "A prova deve ser colhida diante do acusado." Com isso, ele queria convencer os membros da comissão de que os depoimentos só poderiam acontecer
com a presença de Maria Helena,
quando ela voltar às suas atividades na Câmara, o que deve demorar, pelo menos, uma semana, segundo o atestado médico. "Sem a
presença dela, ocorrerá um problema insanável e, diante disso,
requeiro, e até imploro, que a comissão reconsidere sua decisão."
Depois de uma nova reunião, a
comissão decidiu não acatar os
argumentos do advogado. O presidente da comissão observou
que a lei garante às testemunhas
até mesmo o direito de depor sem
a presença do acusado, caso elas
se sintam ameaçadas.
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