São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000


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JUSTIÇA
Vereadora, que responde a outras ações judiciais, é suspeita de porte ilegal de arma
Maria Helena sofre novo processo

da Reportagem Local

A vereadora Maria Helena Fontes (PL), de SP, sofreu ontem novo revés, um dia depois de ser libertada da prisão, onde passou dois meses. O juiz Ronaldo Sergio Moreira da Silva, da 7ª Vara Criminal, acatou a denúncia contra a vereadora e seu filho Paulo Rogério Pereira Neme, sob acusação de porte ilegal de arma.
Em sua decisão, o juiz escreveu que "há farta prova da materialidade dos delitos e indícios suficientes da autoria delitiva".
A decisão significa que Maria Helena passa a responder a um processo judicial pelo crime de que é acusada. Até agora, o caso estava na fase de inquérito policial.
O próximo passo da apuração aberta ontem pela Justiça será ouvir os dois acusados. Os depoimentos da vereadora e de seu filho foram marcados para o dia 27 de março.
O caso ocorreu em agosto de 99, durante uma busca feita por policiais e promotores na casa da vereadora. Na ocasião, foram encontrados no local três revólveres calibre 38, quatro calibre 32, duas garruchas, carregadores de pistolas 9 mm e revólver calibre 45 e 90 balas intactas. A vereadora e seu filho não tinham autorização para portar o armamento.
Maria Helena já responde a processos na Justiça em outros dois casos. Em um deles, ela é acusada de peculato (desvio de dinheiro público), coação de testemunhas e formação de quadrilha, por supostamente reter salários e vales-transporte de funcionários de seu gabinete na Câmara, usar irregularmente um carro público e ameaçar duas testemunhas que depuseram contra ela na polícia.
Foi por esse último caso que Maria Helena foi presa, no dia 21 de dezembro. Ela foi acusada de mandar espancar uma testemunha que revelou um suposto plano de atentados para matar delegados e promotores que investigam as denúncias contra ela.
A vereadora foi libertada anteontem, graças a um habeas corpus obtido por seus advogados.
A Folha procurou ontem, por telefone, um dos advogados da vereadora, Laerte Torrens, mas não o encontrou em seu escritório até o fechamento desta edição.
O promotor Gilberto Leme Garcia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), um dos responsáveis pela investigação do porte ilegal de arma, disse ontem que já esperava a abertura do processo.
"Já era esperado o recebimento da denúncia, não havia dúvida. As armas pertenciam a ela e ao filho, certamente. Foram encontradas em seu quarto, em meio a objetos de uso pessoal deles."


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