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JUSTIÇA
Vereadora, que responde a outras ações judiciais, é suspeita de porte ilegal de arma
Maria Helena sofre novo processo
da Reportagem Local
A vereadora Maria Helena Fontes (PL), de SP, sofreu ontem novo revés, um dia depois de ser libertada da prisão, onde passou
dois meses. O juiz Ronaldo Sergio
Moreira da Silva, da 7ª Vara Criminal, acatou a denúncia contra a
vereadora e seu filho Paulo Rogério Pereira Neme, sob acusação de
porte ilegal de arma.
Em sua decisão, o juiz escreveu
que "há farta prova da materialidade dos delitos e indícios suficientes da autoria delitiva".
A decisão significa que Maria
Helena passa a responder a um
processo judicial pelo crime de
que é acusada. Até agora, o caso
estava na fase de inquérito policial.
O próximo passo da apuração
aberta ontem pela Justiça será ouvir os dois acusados. Os depoimentos da vereadora e de seu filho foram marcados para o dia 27
de março.
O caso ocorreu em agosto de 99,
durante uma busca feita por policiais e promotores na casa da vereadora. Na ocasião, foram encontrados no local três revólveres
calibre 38, quatro calibre 32, duas
garruchas, carregadores de pistolas 9 mm e revólver calibre 45 e 90
balas intactas. A vereadora e seu
filho não tinham autorização para
portar o armamento.
Maria Helena já responde a processos na Justiça em outros dois
casos. Em um deles, ela é acusada
de peculato (desvio de dinheiro
público), coação de testemunhas
e formação de quadrilha, por supostamente reter salários e vales-transporte de funcionários de seu
gabinete na Câmara, usar irregularmente um carro público e
ameaçar duas testemunhas que
depuseram contra ela na polícia.
Foi por esse último caso que
Maria Helena foi presa, no dia 21
de dezembro. Ela foi acusada de
mandar espancar uma testemunha que revelou um suposto plano de atentados para matar delegados e promotores que investigam as denúncias contra ela.
A vereadora foi libertada anteontem, graças a um habeas corpus obtido por seus advogados.
A Folha procurou ontem, por
telefone, um dos advogados da
vereadora, Laerte Torrens, mas
não o encontrou em seu escritório
até o fechamento desta edição.
O promotor Gilberto Leme Garcia, do Gaeco (Grupo de Atuação
Especial de Repressão ao Crime
Organizado), um dos responsáveis pela investigação do porte ilegal de arma, disse ontem que já
esperava a abertura do processo.
"Já era esperado o recebimento
da denúncia, não havia dúvida.
As armas pertenciam a ela e ao filho, certamente. Foram encontradas em seu quarto, em meio a objetos de uso pessoal deles."
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