ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em dias de Carnaval, Ronaldo Sciena Tofeti só saía de Batatais, a 352 km de São Paulo, quando não havia festa de rua. Por 40 anos, como conta a filha Maria Cândida, se tinha folia, lá estava ele. Era uma de suas paixões.
A foto em branco e preto, de 1971, comprova a forte ligação do professor de história, geografia e educação moral e cívica com a festa. Naquele ano, com coroa na cabeça, troféu e cetro nas mãos, o fantasiado Ronaldo tornou-se o primeiro Rei Momo da cidade.
Já neste ano, diz a filha, ele foi o presidente de honra do Carnaval batataense. Como de hábito, narrou da avenida os desfiles usando seu bordão "Na ponta da passarela".
Seus filhos só brincaram os carnavais quando pequenos -com o tempo, abandonaram a prática. Ronaldo não; ele continuou mesmo quando sua escola de samba do coração acabou sendo extinta.
Era brincalhão e fã de Mazzaropi. Há 14 anos, aposentou-se como professor de escola pública. Querido pelos alunos, acabava sempre escolhido paraninfo pelas turmas.
Além das passarelas, dedicou-se também a outras paixões, como o Batatais Futebol Clube, do qual chegou a ser presidente -a equipe está na terceira divisão do Campeonato Paulista. Era também fanático pelo Corinthians.
Desde 1978, foi casado com Maria Helena, uma bancária aposentada que hoje mantém uma clínica de estética.
Anteontem, Ronaldo, que tinha um tumor, morreu aos 59, após parada cardíaca. Deixa quatro filhos e um neto.

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