|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nova ciclovia na marginal terá só 2 acessos
Pista, que será inaugurada no sábado, ao lado do rio Pinheiros, tem 14 km de extensão e entradas só nas extremidades
Serviço ampliará malha cicloviária de SP de 18,8 km para 32,8 km; adeptos do ciclismo comemoram, mas criticam as limitações
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
AYRTON VIGNOLA
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
A ciclovia da marginal do rio
Pinheiros será inaugurada neste sábado e dará novos 14 km à
pequena malha cicloviária da
cidade, que atualmente tem
18,8 km fora de parques. O serviço é motivo de comemoração
para ciclistas, mas há críticas à
implantação.
O novo serviço só terá dois
acessos, um em cada ponta. Ou
o usuário entra nas proximidades da estação Jurubatuba da
CPTM ou da estação Vila Olímpia, ambas da linha 9-esmeralda, paralela à ciclovia.
Para André Pasqualini, do
Instituto Ciclo BR, a ciclovia
"tem muita coisa boa", como o
fato de aproximar as pessoas da
natureza, mas peca nos acessos.
Isso fará que ela seja usada
principalmente para o lazer, e
não pelo trabalhador. "A não
ser alguns por sortudos que
moram em uma ponta e trabalham na outra", pondera.
Para ele, a falta de acessos poderá pegar de surpresa algum
sedentário que perceba no caminho que terá dificuldades
para terminar o trajeto.
Segundo William Cruz, do site Vá de Bike, os poucos acessos
farão que usuários usem a rua.
"É bom uma ciclovia em uma
área plana, sem cruzamentos e
próxima à natureza. Mas não
poderá ficar como está", diz.
Ele avalia que, conforme a
população usar a ciclovia, pressionará para que sejam construídos novos acessos.
A construção da ciclovia é
uma parceria entre CPTM e
Emae (Empresa Metropolitana
de Águas e Energia) -governo
estadual. Segundo Sérgio Avelleda, presidente da CPTM
(Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos), isso é algo
que demanda tempo para a elaboração de projetos, licitações
etc. Segundo ele, a CPTM planeja criar diversos pontos de
entrada e saída, alguns em pontes já existentes -o que é negociado com a prefeitura.
Foram investidos cerca de
R$ 10 milhões na recuperação
do pavimento -a pista já existia e serve a veículos da CPTM e
do EMAE- na instalação de
grades separando a ciclovia dos
trilhos e na adaptação de ponto
de apoio nos acessos, onde haverá banheiros e serviços.
Perto da estação Jurubatuba,
o acesso será pela rua Miguel
Yunes. Na Vila Olímpia, será
por uma passarela adaptada, ligando a calçada da pista local
da marginal à ciclovia. O usuário vai por degraus, empurrando a bicicleta em uma canaleta.
A Folha acessou ontem a ciclovia por esse ponto e constatou que as canaletas são de uso
fácil. A ciclovia, recém-concluída, não tem buracos nos 7 km
percorridos de bicicleta. No entorno, ruas como Alvorada, Bugio e Nova Cidade facilitam a
chegada. Mas avenidas como
Juscelino Kubitschek têm
grande presença de ônibus e
motos e podem ser armadilhas.
Para Avelleda, há muitas
vantagens. Além de aproximar
a cidade do rio, a ciclovia facilitará o deslocamento de trabalhadores e estudantes. "O usuário poderá fazer parte de seu
trajeto pela ciclovia e depois
usar trem ou o Metrô", diz. O
governo pretende ampliar a via
até a Estação Villa-Lobos-Jaguaré, totalizando 22 km.
Texto Anterior: Ronaldo Sciena Tofeti (1950-2010): O primeiro Rei Momo do Carnaval batataense Próximo Texto: Cultura: Câmara aprova isenção de ISS para cinema fora de shopping Índice
|