São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

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Nova ciclovia na marginal terá só 2 acessos

Pista, que será inaugurada no sábado, ao lado do rio Pinheiros, tem 14 km de extensão e entradas só nas extremidades

Serviço ampliará malha cicloviária de SP de 18,8 km para 32,8 km; adeptos do ciclismo comemoram, mas criticam as limitações

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

AYRTON VIGNOLA
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO

A ciclovia da marginal do rio Pinheiros será inaugurada neste sábado e dará novos 14 km à pequena malha cicloviária da cidade, que atualmente tem 18,8 km fora de parques. O serviço é motivo de comemoração para ciclistas, mas há críticas à implantação.
O novo serviço só terá dois acessos, um em cada ponta. Ou o usuário entra nas proximidades da estação Jurubatuba da CPTM ou da estação Vila Olímpia, ambas da linha 9-esmeralda, paralela à ciclovia.
Para André Pasqualini, do Instituto Ciclo BR, a ciclovia "tem muita coisa boa", como o fato de aproximar as pessoas da natureza, mas peca nos acessos. Isso fará que ela seja usada principalmente para o lazer, e não pelo trabalhador. "A não ser alguns por sortudos que moram em uma ponta e trabalham na outra", pondera.
Para ele, a falta de acessos poderá pegar de surpresa algum sedentário que perceba no caminho que terá dificuldades para terminar o trajeto.
Segundo William Cruz, do site Vá de Bike, os poucos acessos farão que usuários usem a rua. "É bom uma ciclovia em uma área plana, sem cruzamentos e próxima à natureza. Mas não poderá ficar como está", diz.
Ele avalia que, conforme a população usar a ciclovia, pressionará para que sejam construídos novos acessos.
A construção da ciclovia é uma parceria entre CPTM e Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) -governo estadual. Segundo Sérgio Avelleda, presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), isso é algo que demanda tempo para a elaboração de projetos, licitações etc. Segundo ele, a CPTM planeja criar diversos pontos de entrada e saída, alguns em pontes já existentes -o que é negociado com a prefeitura.
Foram investidos cerca de R$ 10 milhões na recuperação do pavimento -a pista já existia e serve a veículos da CPTM e do EMAE- na instalação de grades separando a ciclovia dos trilhos e na adaptação de ponto de apoio nos acessos, onde haverá banheiros e serviços.
Perto da estação Jurubatuba, o acesso será pela rua Miguel Yunes. Na Vila Olímpia, será por uma passarela adaptada, ligando a calçada da pista local da marginal à ciclovia. O usuário vai por degraus, empurrando a bicicleta em uma canaleta.
A Folha acessou ontem a ciclovia por esse ponto e constatou que as canaletas são de uso fácil. A ciclovia, recém-concluída, não tem buracos nos 7 km percorridos de bicicleta. No entorno, ruas como Alvorada, Bugio e Nova Cidade facilitam a chegada. Mas avenidas como Juscelino Kubitschek têm grande presença de ônibus e motos e podem ser armadilhas.
Para Avelleda, há muitas vantagens. Além de aproximar a cidade do rio, a ciclovia facilitará o deslocamento de trabalhadores e estudantes. "O usuário poderá fazer parte de seu trajeto pela ciclovia e depois usar trem ou o Metrô", diz. O governo pretende ampliar a via até a Estação Villa-Lobos-Jaguaré, totalizando 22 km.


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