São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2008

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Ministério da Saúde diz que eliminar a fila é uma das prioridades do PAC

DA REPORTAGEM LOCAL

A eliminação da fila da radioterapia é um dos pontos prioritários do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC da Saúde, lançado em dezembro de 2007 pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Segundo Inês Gadelha, técnica do Ministério da Saúde, cada unidade de radioterapia dá cobertura a mil novos casos de câncer. Neste ano, estima-se que 85 mil doentes de câncer estejam fora da cobertura dos equipamentos existentes. Desse total, diz ela, 60% vão precisar de fato do tratamento, o que daria 54 mil doentes novos. O SUS é responsável por 80% desse tipo de tratamento.
Ela diz que há 275 serviços de oncologia credenciados e habilitados pelo SUS no país. Desses, 135 dispõem de 267 equipamentos. Para atender os novos casos, o país deveria ter 352 aparelhos, diz a técnica.
Quanto à limitação do teto de procedimentos, ela argumenta que os gastos são evolutivos. "Com a radioterapia, por exemplo, foi de R$ 77 milhões em 1999 e, em 2007, de R$ 146,3 milhões", afirma Gadelha.
Para ela, a questão não é apenas comprar e instalar aparelhos ou tentar melhorar o pagamento pelos procedimentos, mas sim conseguir fixar recursos humanos nas regiões Norte e Nordeste do país.
A técnica também critica a falta de integralidade da assistência oncológica no país. "Não adianta ter acesso isoladamente à quimioterapia ou à radioterapia. O ideal é que o paciente seja tratado em equipe." Gadelha diz que hoje é comum o paciente ser operado em um hospital, fazer a quimioterapia e/ ou a radioterapia em outro serviço e, se apresentar complicações da quimioterapia, por exemplo, ser internado em uma terceira instituição.
O PAC da Saúde prevê a entrega de 24 equipamentos -ao custo de R$ 47 milhões- e a implantação de 20 novos Cacons (Centro de Alta Complexidade em Oncologia), com investimentos de R$ 120 milhões.
Mas, com o fim da CPMF, a aplicação do PAC ainda é incerta, embora o ministro afirme que está brigando por novas fontes de recursos. (CC)


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