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Arrecadação de taxas e impostos tem queda de 5% no início do ano
Redução ficou acima do previsto; Kassab deve prorrogar
congelamento do Orçamento por tempo indeterminado
Receita do ITBI, imposto pago
na transferência de imóveis,
caiu 15,62%, e do IPTU, 2%;
setor da construção civil pede
que prefeito reduza taxas
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo arrecadou menos do que esperava nos dois primeiros meses do
ano e o congelamento de R$ 5,5
bilhões feito pela administração em janeiro, inicialmente
por 90 dias, pode ser prorrogado por tempo indeterminado.
A receita em janeiro e fevereiro foi de R$ 4,6 bilhões,
4,61% menos que no mesmo
período de 2008, já descontada
a inflação medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
"Tínhamos uma expectativa
de que ocorreria a queda, mas
não imaginávamos que seria
tão expressiva", afirmou o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
O prefeito, que tentava mostrar otimismo em relação à crise, mudou o discurso. "A crise
existe, ela chegou a São Paulo.
Não com a mesma dimensão
que chegou a alguns governos
estaduais e outros municípios,
mas é preocupante."
Com parte da verba congelada, Kassab adiou o início de
obras e reduziu o ritmo daquelas em andamento. A medida
afetou ainda projetos em áreas
como assistência social, esportes e cultura -a Virada Cultural, por exemplo, será menor.
Um dos indicadores que
apontam o desaquecimento na
economia é a queda de 15,62%
na receita de ITBI, imposto pago na transferência de imóveis.
Ontem, a Folha revelou que o
número de imóveis novos vendidos só em janeiro caiu 20%
em relação a 2008.
Na abertura da Feicon (Feira
Internacional da Construção
Civil), ontem no Anhembi,
Kassab ouviu cobranças de entidades do setor. Melvyn Fox,
presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria
de Materiais de Construção),
pediu a redução de impostos. O
prefeito disse que vai estudar,
mas não se comprometeu.
João Crestana, presidente do
Secovi (sindicato da habitação), disse que as empresas já
retomaram os lançamentos
imobiliários a partir de março.
A receita de IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano)
caiu 2% no primeiro bimestre.
Esse índice, no entanto, pode
ser explicado pela maior opção
dos contribuintes pelo pagamento parcelado do imposto.
Já o ISS (Imposto Sobre Serviços), que mede a atividade
em setores econômicos importantes de São Paulo -turismo,
hotelaria e educação, por
exemplo-, cresceu 0,33%.
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