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Advogado do casal é agredido ao chegar
Roberto Podval é alvo de xingamentos e leva um soco de raspão na entrada do Fórum de Santana, ao retornar do almoço
No primeiro dia do julgamento, Antonio Nardoni, pai de Alexandre, já tinha sido vaiado pelo público, que aplaudiu os avós maternos
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado do casal Nardoni,
Roberto Podval, foi hostilizado
ontem pelo público que esperava do lado de fora do Fórum de
Santana (zona norte de SP) para entrar no julgamento.
Quando chegou ao prédio pela manhã, ele foi vaiado. Ao sair
para o intervalo, foi chamado
de "crápula" e "assassino". Ao
retornar do almoço com a equipe de defesa, os xingamentos
continuaram e ele levou um soco de raspão no tronco enquanto era cercado por jornalistas
que queriam entrevistá-lo. O
agressor não foi identificado.
As atitudes hostis começaram quando Podval pediu à Justiça que mantivesse a mãe de
Isabella, Ana Carolina Oliveira,
recolhida e incomunicável no
fórum, o que é um direito previsto nas regras do julgamento.
Presidente do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), a advogada Flávia Rahal critica a atitude do público. "O cerceamento da defesa sempre
ocorre em casos de grande repercussão como esse."
No primeiro dia do julgamento, o pai de Alexandre, Antonio
Nardoni, já tinha sido vaiado
pelo público.
Já os avós maternos de Isabella, Rosa Oliveira e José Arcanjo, foram aplaudidos quando
voltaram do intervalo do almoço. Os familiares da menina assistem ao julgamento diariamente. Rosa e Arcanjo ficam
durante quase toda a sessão de
mãos dadas. Ela já demonstrou
ter se emocionado por pelo menos duas vezes, quando relatavam a morte da garota.
Dentro do tribunal
No plenário, era bem visível a
tensão de Alexandre que, atento, com a mão no rosto, chamou
o advogado de defesa duas vezes
para sugerir questionamentos.
Anna Jatobá demonstrava
estar incomodada em ficar horas sentada na mesma posição.
Com cara de sono, ficava cruzando e descruzando as pernas.
O advogado Podval apertava
uma bolinha de borracha usada
para aliviar o estresse, enquanto acompanhava o depoimento
da primeira testemunha do dia,
a perita Rosângela Monteiro.
Durante boa parte do julgamento, ele fez anotações e observou as reações dos jurados.
Enquanto isso, um grupo de advogados que auxiliava a defesa
enviava recados em bilhetes.
Já o promotor Francisco
Cembranelli mantinha a fala
pausada. Pelo menos por duas
vezes, porém, foi interrompido
pelo juiz Maurício Fossen, que
pediu ele deixasse a testemunha responder livremente.
Anteontem, o magistrado repreendeu Podval por chamar
Alexandre de "vítima". "A única
vítima dessa caso está morta",
disse o juiz. "Todos são vítimas
desse fatídico episódio", respondeu Podval.
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