São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

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Advogado do casal é agredido ao chegar

Roberto Podval é alvo de xingamentos e leva um soco de raspão na entrada do Fórum de Santana, ao retornar do almoço

No primeiro dia do julgamento, Antonio Nardoni, pai de Alexandre, já tinha sido vaiado pelo público, que aplaudiu os avós maternos

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado do casal Nardoni, Roberto Podval, foi hostilizado ontem pelo público que esperava do lado de fora do Fórum de Santana (zona norte de SP) para entrar no julgamento.
Quando chegou ao prédio pela manhã, ele foi vaiado. Ao sair para o intervalo, foi chamado de "crápula" e "assassino". Ao retornar do almoço com a equipe de defesa, os xingamentos continuaram e ele levou um soco de raspão no tronco enquanto era cercado por jornalistas que queriam entrevistá-lo. O agressor não foi identificado.
As atitudes hostis começaram quando Podval pediu à Justiça que mantivesse a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, recolhida e incomunicável no fórum, o que é um direito previsto nas regras do julgamento.
Presidente do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), a advogada Flávia Rahal critica a atitude do público. "O cerceamento da defesa sempre ocorre em casos de grande repercussão como esse."
No primeiro dia do julgamento, o pai de Alexandre, Antonio Nardoni, já tinha sido vaiado pelo público.
Já os avós maternos de Isabella, Rosa Oliveira e José Arcanjo, foram aplaudidos quando voltaram do intervalo do almoço. Os familiares da menina assistem ao julgamento diariamente. Rosa e Arcanjo ficam durante quase toda a sessão de mãos dadas. Ela já demonstrou ter se emocionado por pelo menos duas vezes, quando relatavam a morte da garota.

Dentro do tribunal
No plenário, era bem visível a tensão de Alexandre que, atento, com a mão no rosto, chamou o advogado de defesa duas vezes para sugerir questionamentos.
Anna Jatobá demonstrava estar incomodada em ficar horas sentada na mesma posição. Com cara de sono, ficava cruzando e descruzando as pernas.
O advogado Podval apertava uma bolinha de borracha usada para aliviar o estresse, enquanto acompanhava o depoimento da primeira testemunha do dia, a perita Rosângela Monteiro. Durante boa parte do julgamento, ele fez anotações e observou as reações dos jurados. Enquanto isso, um grupo de advogados que auxiliava a defesa enviava recados em bilhetes.
Já o promotor Francisco Cembranelli mantinha a fala pausada. Pelo menos por duas vezes, porém, foi interrompido pelo juiz Maurício Fossen, que pediu ele deixasse a testemunha responder livremente.
Anteontem, o magistrado repreendeu Podval por chamar Alexandre de "vítima". "A única vítima dessa caso está morta", disse o juiz. "Todos são vítimas desse fatídico episódio", respondeu Podval.


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