DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 3.200 moradores de comunidades pobres da zona norte do Rio de Janeiro estão recebendo mensalmente cotas gratuitas de preservativos. Eles participam de um projeto que visa diminuir a incidência de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a Aids.
Os Bancos de Preservativos, implantados pela ONG (organização não-governamental) Médicos Sem Fronteiras, são comandados por moradores das próprias comunidades, que trabalham voluntariamente no projeto.
Esses moradores foram treinados pela ONG para dar orientações úteis sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e estão aptos a ensinar a forma correta de usar preservativos.
A ONG iniciou o projeto em 1999, escolhendo a região da Pavuna e Acari (zona norte), a partir de dados das Secretarias Municipal e Estadual da Saúde.
Nessas áreas, os dados apontavam uma média de 200 casos de infectados por Aids para cada grupo de 100 mil habitantes. A média da cidade estava em torno de 30 casos por 100 mil.
Os interessados em obter os preservativos são cadastrados pelos monitores do projeto e recebem orientação individual, podendo ainda esclarecer dúvidas.
Embora os monitores tenham autonomia, os Médicos Sem Fronteiras continuam fazendo um acompanhamento da execução do projeto, auxiliando nos casos em que os monitores não sabem como responder às questões dos usuários.
Os preservativos, obtidos no Ministério da Saúde, são distribuídos em cotas com a média de 20 unidades mensais.
O projeto não se limita a atender prostitutas e travestis, que tradicionalmente estão entre os grupos de maior risco de contágio das doenças sexualmente transmissíveis. Há uma preocupação de estender o cadastramento também aos heterossexuais, segmento que apresenta tendência de crescimento da Aids.

Modelo
O modelo do Banco de Preservativos está sendo copiado pela Ação da Cidadania, outra ONG voltada ao atendimento da população carente.
Agentes de saúde que são formados pela organização não-governamental estão implantando os bancos em áreas da região metropolitana do Rio.
Em uma dessas áreas, no bairro de Piabetá, em Duque de Caxias, os monitores realizaram no mês passado um campeonato de futebol, no qual o prêmio aos participantes foi uma cartela extra de preservativos.


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