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Estado quer recuperar a estrada para Castelhanos
Praia em Ilhabela terá controle do número de turistas, que terão de pagar para entrar
Projeto do governo de São Paulo prevê viabilizar a travessia da ilha, de leste a oeste, a partir do ano que vem, em estrada de 22 km
ALENCAR IZIDORO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Não será mais preciso encarar uma aventura dentro de um
jipe em curvas sinuosas, enlameadas, escorregadias e margeadas por um desfiladeiro de
até 800 metros de altitude para
conseguir acessar a baía de Castelhanos, uma das praias mais
preservadas e cobiçadas de
Ilhabela, litoral norte paulista.
A partir de 2011, a implantação do projeto da estrada-parque de 22 km permitirá cruzar
a ilha de leste a oeste, alcançando esse reduto ecológico com
um carro comum, sem vivenciar um rali, experiência desagradável para não iniciados.
No final de 2008, uma pessoa
morreu ao tentar cruzar a estrada à noite. Com a nova infraestrutura, haverá dois bolsões de estacionamento, áreas
de descanso, portal e mirantes.
Até mesmo quem conhece
bem a estrada não se arrisca.
"Tenho uma picape 4 x 4 e não
coloco lá, de forma nenhuma.
Pelo tempo que demora e pelo
desgaste do turista na viagem,
poucos jipeiros continuam indo para Castelhanos", diz Carlos Nunes, do conselho gestor
do parque estadual de Ilhabela.
Ingresso
O turista também ficará sujeito ao pagamento de ingresso
-e será fixado um número máximo de visitantes diariamente,
para evitar a degradação.
A melhoria do único acesso
por terra à baía de Castelhanos,
uma discussão que se arrasta
há pelo menos uma década, foi
acertada no final do mês passado por uma resolução conjunta
das secretarias do Meio Ambiente e dos Transportes do governo de São Paulo.
O cronograma prevê a conclusão das intervenções só em
2011, mas as obras de drenagem
e contenção das encostas até o
pico da serra já começaram -e
quem for para lá no próximo
verão já vai notar a melhora no
acesso, se as promessas do governo forem cumpridas.
"Neste ano já deve ter novidade", afirma Silvio Aleixo, secretário-adjunto dos Transportes. "O que queremos é dar condições de trafegabilidade."
Mas por que cobrar ingresso
e restringir os visitantes? "É
para não incentivar um número exagerado, que não seja possível de comportar", diz ele.
Segundo Aleixo, a definição
do preço da entrada e do número de pessoas por dia sairá da
Secretaria do Meio Ambiente.
Hoje, quem quer visitar Castelhanos costuma buscar opções de acesso pelo mar ou com
veículos com tração nas quatro
rodas. Mesmo assim, já foi preciso usar helicóptero para resgatar pessoas ilhadas.
"É uma área acidentada, sinuosa, com curvas de quase 90
graus. Até os jipeiros têm dificuldade de ir lá", afirma ele. O
pavimento ainda será de terra,
mas com tratamento químico
ou outro tipo de perenização,
de forma a permitir a fluidez
para um veículo comum.
O secretário diz que a expectativa é concluir a implantação
de toda a infraestrutura turística em 18 meses. Embora diga
não ter ainda a estimativa oficial dos custos, Aleixo diz que
eles não poderão passar da faixa de R$ 10 milhões.
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