São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010

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Plano abre espaço para polo turístico em Ilhabela

DA REPORTAGEM LOCAL

A reforma na estrada de Castelhanos vai permitir o fortalecimento do turismo em toda a região da baía, mas abre caminho também para investimentos imobiliários e à degradação do paraíso ecológico da ilha.
Com o acesso mais fácil -hoje o tempo de viagem chega a duas horas sacolejando em jipes- será possível instalar hotéis e pousadas com apelo do ecoturismo fora dos limites do parque, diz o prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci (PPS).
Há cerca de dez anos, empreendedores tentaram lotear parte das áreas. Ruas foram abertas, mas o projeto não caminhou. Agora, prevê Colucci, nada impedirá a construção de estruturas menos agressivas.
"Com a segurança na estrada, vamos criar oportunidades novas para o turismo, mas aqui não existe mais a explosão imobiliária desenfreada. Serão projetos autossustentáveis."
A melhora das condições da estrada deve vir acompanhada por investimentos públicos, para levar mais fiscalização e acesso a serviços públicos em Castelhanos -onde moram cerca de 800 pessoas e o socorro médico chega de barco.
Essa é a opinião de Carlos Nunes, do conselho gestor do parque, que apresenta uma proposta ainda mais polêmica. Para ele, é possível permitir pousadas e bangalôs mesmo dentro do parque estadual.
"Se existe a proposta de cobrar a entrada, temos de criar benefícios. E o parque só se sustentaria se fosse permitido instalar pequenas pousadas, nada de grande porte. Queremos ser uma nova Costa Rica", diz.
No local não existe telefone e os celulares não funcionam. Quando chove muito, crianças não vão à escola porque não conseguem atravessar os riachos. A própria professora depende de jipeiros.
O novo compromisso do governo de intervir em Castelhanos pode ser só mais uma promessa não cumprida, afirma o jipeiro Josemar Santos Souza, um usuário permanente da via.
"Concordo com o que falam, que é preciso limitar o número de pessoas, dar mais estrutura, orientar melhor o turista. Lá é arriscado, mesmo para quem conhece", diz o jipeiro.
Hoje, ir para Castelhanos com veículos leves é uma aventura. Se chover muito, não dá para voltar pela estrada.
E por falta de fiscalização, a fauna da areia sofre com motoristas e motoqueiros circulam na praia. (JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e ALENCAR IZIDORO)


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