São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010 |
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Trânsito ruim faz procura por bicicleta aumentar
Empresas oferecem vestiário e lugar para guardar bicicleta; opção representa só 0,8% das viagens
MÁRCIO PINHO DA REPORTAGEM LOCAL Ir ao trabalho ou à faculdade de bicicleta é um desafio em São Paulo. Não apenas pelas longas distâncias e avenidas perigosas, mas porque ninguém gosta de trabalhar suado. Isso já não é um empecilho para todos que se aventuram em duas rodas, já que empresas estão oferecendo vestiários, armários e lugares para guardar a bicicleta. Uma delas, a Auto-Peças Castro, no Ipiranga (zona sul), construiu um vestiário especificamente para o diretor de informática Sérgio Affonso, 39. Agora, após pedalar 15 km desde São Bernardo do Campo (ABC paulista), ele tem chuveiro e água quente. "Dá para trabalhar mais relaxado", diz. O trajeto feito por Affonso é um dos 310 mil deslocamentos de bicicleta que acontecem diariamente na Grande SP, segundo a pesquisa Origem e Destino de 2007, do Metrô. O número quase dobrou em dez anos. Contudo, a bicicleta ainda representa apenas 0,8% do total das viagens. Já no número de vítimas fatais do trânsito, os ciclistas são 4% dos mortos -foram 61 em 2009 na capital. Apesar do perigo, as vantagens são muitas. A possibilidade de fazer exercício, de fugir do trânsito, não poluir e de economizar entusiasmam ciclistas e as empresas onde trabalham. Na Ultra, um vestiário que já existia dentro de uma academia usada por funcionários foi oferecida sem custos aos que vão trabalhar de bicicleta. Ricardo Caielli, 44, analista de suporte, comemorou. Era o que faltava para deixar o carro em casa. Até porque levava uma hora e vinte minutos; de bicicleta, economiza 10 minutos. Diferentemente de dar uma voltinha de bicicleta no parque Ibirapuera, usá-la como meio de transporte em uma cidade onde quase não há ciclovias requer truques. Cada ciclista desenvolve suas "manhas" para fazer uma viagem tranquila. Uma das dicas de Sérgio Affonso, que é presidente da associação Amigos da Bike, é escolher ruas menos movimentadas, onde não passem ônibus. Isso significa parar seguidamente nos cruzamentos. Em alguns trechos, contudo, não tem jeito e é preciso buscar vias de maior tráfego. É o que acontece com o designer gráfico Flávio Doin. "Procuro ficar do lado esquerdo, oposto a onde passam os ônibus, porque acho mais seguro", afirma Doin que trabalha na zona oeste. Texto Anterior: Plano abre espaço para polo turístico em Ilhabela Próximo Texto: Ciclovias da cidade são utilizadas para o lazer Índice |
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