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ADMINISTRAÇÃO
Conpresp repassa parte de suas funções para as subprefeituras, que não estão preparadas para as tarefas
Prefeitura altera tombamento nos Jardins
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conpresp, órgão municipal
de preservação do patrimônio
histórico, cultural e ambiental de
São Paulo, alterou ontem as regras do tombamento dos Jardins,
uma das regiões mais caras da cidade, onde o preço do metro quadrado pode chegar a R$ 3.000.
A partir de agora, a maioria das
autorizações para obras em imóveis não necessitará mais de um
parecer do Conpresp. Elas poderão ser obtidas diretamente nas
subprefeituras da região. Mas,
apesar de as regras estarem valendo desde ontem, com a publicação da resolução 7 no "Diário Oficial", ainda não há estrutura para
sua implementação.
"Agora é que vamos analisar e
ver o que podemos fazer, como
funcionaria. Ainda não estou a
par disso", diz Bia Pardi, subprefeita de Pinheiros, responsável pela maior parte da área tombada.
Pela versão oficial do Conpresp,
as subprefeituras já estariam preparadas para analisar os pedidos.
"Elas estão dotadas de um guichê
único e vão prestar mais atenção
em alguns pontos que antes ficavam sob a responsabilidade dos
técnicos do patrimônio histórico", diz o arquiteto Ronaldo Parente, assistente técnico do DPH
(Departamento do Patrimônio
Histórico), órgão ao qual o Conpresp está vinculado.
Para Parente, as novas regras
vão facilitar e acelerar a aprovação
de construções e reformas, que
hoje ficam por até quatro meses
em tramitação no Conpresp. "Vamos desburocratizar o processo."
Prevendo um aumento do trabalho realizado por sua equipe,
Bia Pardi não sabe se a subprefeitura de Pinheiros está preparada
para a nova tarefa.
A assessoria de imprensa da
subprefeitura da Vila Mariana,
responsável por um pequeno trecho da área tombada nos Jardins,
não soube informar se já dispõe
do guichê único.
Tombamento duplo
As novas regras regulamentam
o tombamento do Conpresp feito
em 1991. Não alteram, no entanto,
os ritos do tombamento estadual,
feito em 1986 pelo Condephaat,
órgão estadual do patrimônio histórico. Isto é, obras nos Jardins que alterem imóveis, arborização ou a impermeabilização do solo seguem precisando de
aprovação do Condephaat.
A resolução do Conpresp limita
agora a sua própria atuação para
apenas três situações: subdivisão
de lotes, alteração no traçado do
sistema viário e o transplante de
árvores. Qualquer outra ação
-como reformas e construções
novas- será decidida na subprefeitura no caso de imóveis em terrenos de até 250 m2. Em áreas
maiores, o caso ficará com a Secretaria Municipal de Habitação.
Muro verde
Uma das novidades é a necessidade de interrupções em muros
contínuos com altura superior a
dois metros. Construídos em sua
maioria por motivos de segurança, eles agora deverão ter, a cada
sete metros, gradis ou telas cobertas de plantas de um metro de largura. A idéia é restaurar parte da
transparência original do bairro.
Segundo Ronaldo Parente, moradores não serão obrigados a
abrir buracos de seus muros.
"Mas, se alguém pedir autorização para reforma, vamos solicitar
que cumpram a resolução", diz.
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