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Tribunal agora apura coleta de lixo
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Contas do Município (TCM) intimou ontem a Secretaria de Serviços e Obras da
Prefeitura de São Paulo a entregar
aos auditores do órgão, em 48 horas, documentos que apontem
quais são os planos de varrição e
coleta de lixo em vigor na cidade.
Os planos em questão incluem a
lista completa das vias nas quais
ambos os serviços de limpeza urbana devem ser prestados e a freqüência prevista dessa prestação.
Os dados, como a Folha informou anteontem, deveriam estar
disponíveis na página do governo
na internet, segundo lei sancionada em novembro de 2001 pela
própria gestão petista. Até ontem,
porém, a prefeitura seguia desrespeitando tal determinação.
Essa é a primeira investida de
órgãos fiscalizadores contra possíveis desvio na coleta de lixo desde que novas denúncias de fraude
na fiscalização da limpeza vieram
à tona, na semana passada.
A suspeita surgiu com indícios
coletados pelo Ministério Público,
segundo os quais a prefeitura paga por serviços de varrição que
não foram realizados.
Os desvios, dizem os investigadores, são resultado de ineficiência e corrupção. De um lado, o
TCM alerta o governo, desde
2001, sobre falhas na fiscalização
que impedem que o poder público possa garantir que os serviços
pagos foram prestados.
De outro, a Promotoria sustenta
que, nas poucas vezes em que a
máquina funciona, membros da
administração municipal fraudam os documentos produzidos
pelos fiscais e desaparecem com
as irregularidades cometidas pelas empresas, evitando multas e
descontos nos pagamentos.
O que o TCM quer saber é se esse esquema se estende à coleta de
lixo e, se de fato existe, que proporções atinge na cidade -checando, inclusive, se há pagamento
por varrição em ruas de terra ou
por coleta não-executada.
O prazo de 48 horas para a entrega dos documentos ao tribunal
foi determinado pelo vice-presidente do órgão, conselheiro Edson Simões, e passa a ser contado
a partir da notificação da prefeitura, que deve ocorrer hoje.
Até sexta passada, o Limpurb
(Departamento de Limpeza Urbana) informava ter uma única
via do plano de serviço de cada
um dos nove lotes nos quais a cidade está dividida. Os documentos, porém, segundo o departamento, teriam sido levados na
busca e apreensão promovida pelo Ministério Público na quarta.
Ontem, a assessoria da Secretaria de Serviços e Obras não soube
informar se as empresas contratadas já haviam mandado ao departamento cópias dos roteiros de
limpeza que estão executando.
O diretor do Limpurb, Fabio
Pierdomenico, deve ser intimado
a prestar esclarecimentos aos promotores nos próximos dias. Ele
terá de explicar como boletins de
inspeção em branco podem ter
ido parar nas empresas fiscalizadas e como alguns deles podem
ter sido preenchidos antes da data
da execução dos serviços.
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