São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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Para especialistas, ação conjunta estimulou queda nos indicadores

DA REDAÇÃO

Uma maior participação da sociedade civil e projetos de inclusão social estão entre os motivos encontrados pelo Mapa da Violência de São Paulo para explicar a redução do índice de homicídios desde 1999 até 2003. Uma das razões é a lei seca (fechamento das 23h às 6h dos estabelecimentos que comercializam bebida alcoólica), adotada por 16 dos 39 municípios da Grande São Paulo.
Segundo o estudo, essas cidades, que registravam taxa média de 55,3 homicídios a cada 100 mil habitantes antes da adoção da medida, reduziram esse índice para 39,3 no ano passado.
"Há motivos para a queda dos homicídios: fatores sociais, diminuição de armas, o papel das prefeituras e o crime organizado", aponta o diretor-científico do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente), Guaracy Mingardi.
Ele define a maior participação das prefeituras como fundamental para a queda. "Elas aparelharam guardas, treinaram, fizeram programas de prevenção e criaram secretarias de Segurança."
Já o secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, atrela a seu trabalho o resultado. "Não é o prefeito que criou uma guardinha municipal e pôs meia dúzia de câmeras na rua que reduziu a criminalidade."
"Não abro juízo sobre o que o secretário fala", disse o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein. "O que posso dizer é que não há só um responsável para que haja essa melhora. É o acúmulo de forças dos governos estadual, municipal e federal."
O crescimento do número de registros de homicídios por arma de fogo é explicado pelo diretor do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, por uma melhora nos dados de homicídios coletados pelo Estado. "Esses números [que indicavam 50% de participação de armas de fogo nos assassinados cometidos em 1999] não existem em nenhum Estado brasileiro. A chance de ter erro no sistema é absurda", avaliou. "O próprio SUS disse que, com o desarmamento, caiu em 7% o número de internações por ferimento provocado por arma de fogo. A entrega de armas e a proibição do porte contribuíram para isso."


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