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Para especialistas, ação conjunta
estimulou queda nos indicadores
DA REDAÇÃO
Uma maior participação da sociedade civil e projetos de inclusão social estão entre os motivos
encontrados pelo Mapa da Violência de São Paulo para explicar a
redução do índice de homicídios
desde 1999 até 2003. Uma das razões é a lei seca (fechamento das
23h às 6h dos estabelecimentos
que comercializam bebida alcoólica), adotada por 16 dos 39 municípios da Grande São Paulo.
Segundo o estudo, essas cidades, que registravam taxa média
de 55,3 homicídios a cada 100 mil
habitantes antes da adoção da
medida, reduziram esse índice
para 39,3 no ano passado.
"Há motivos para a queda dos
homicídios: fatores sociais, diminuição de armas, o papel das prefeituras e o crime organizado",
aponta o diretor-científico do Ilanud (Instituto Latino-Americano
das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do
Delinqüente), Guaracy Mingardi.
Ele define a maior participação
das prefeituras como fundamental para a queda. "Elas aparelharam guardas, treinaram, fizeram
programas de prevenção e criaram secretarias de Segurança."
Já o secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro
Abreu Filho, atrela a seu trabalho
o resultado. "Não é o prefeito que
criou uma guardinha municipal e
pôs meia dúzia de câmeras na rua
que reduziu a criminalidade."
"Não abro juízo sobre o que o
secretário fala", disse o representante da Unesco no Brasil, Jorge
Werthein. "O que posso dizer é
que não há só um responsável para que haja essa melhora. É o acúmulo de forças dos governos estadual, municipal e federal."
O crescimento do número de
registros de homicídios por arma
de fogo é explicado pelo diretor
do Instituto Sou da Paz, Denis
Mizne, por uma melhora nos dados de homicídios coletados pelo
Estado. "Esses números [que indicavam 50% de participação de
armas de fogo nos assassinados
cometidos em 1999] não existem
em nenhum Estado brasileiro. A
chance de ter erro no sistema é
absurda", avaliou. "O próprio
SUS disse que, com o desarmamento, caiu em 7% o número de
internações por ferimento provocado por arma de fogo. A entrega
de armas e a proibição do porte
contribuíram para isso."
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