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Decisão do TJ mantém presidente da antiga Febem
Presidente do tribunal suspende ordem de afastamento de Berenice Gianella
Juíza havia determinado que ela deixasse provisoriamente o cargo por descumprir sentença judicial para sanar irregularidades em unidade
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Justiça de São
Paulo suspendeu a ordem de
afastamento da presidente da
Fundação Casa (ex-Febem),
Berenice Gianella. Ela entrou
com recurso antes mesmo de
ser notificada oficialmente da
decisão judicial de primeira
instância e conseguiu se manter no cargo.
A ordem de afastamento durou 48 horas. Na segunda-feira,
a juíza Mônica Paukoski, do
Deij (Departamento de Execuções da Infância e Juventude)
-primeira instância-, determinou o afastamento provisório de Berenice por não cumprir uma sentença judicial de
acabar com irregularidades na
UAI (Unidade de Atendimento
Inicial), principalmente a superlotação. A UAI é a unidade
de triagem de internos que entram na instituição.
A Fundação Casa nem esperou Berenice ser notificada oficialmente da decisão do Deij e
entrou com um recurso no Tribunal de Justiça -medida permitida pela legislação. Nos últimos dias, a instituição disse que
não poderia falar sobre o caso à
imprensa porque não tinha sido notificada oficialmente.
Em casos anteriores de afastamento de diretor de unidade,
no entanto, a fundação esperou
a intimação judicial para entrar
com recurso.
O presidente do tribunal, desembargador Celso Luiz Limongi, suspendeu a ordem judicial contra Berenice anteontem. Ele sustentou, na decisão,
que o afastamento da presidente poderia trazer "grave risco à
ordem, à segurança e à economia públicas".
O desembargador também
determinação que a Fundação
Casa informe o número de adolescentes na UAI à presidência
do TJ todo o dia útil de cada semana. A superlotação é o principal problema da unidade -na
última vistoria, no mês passado, 162 jovens ocupavam um
lugar destinado a 96.
A Fundação Casa disse ontem que não poderia falar sobre
a argumentação apresentada
ao Tribunal de Justiça de São
Paulo. Berenice também recusou pedido de entrevista feito
pela reportagem.
O promotor de Justiça Edson
Spina Fertonani, que atua no
processo que apura irregularidades na UAI em trâmite no
Deij desde 2000, afirmou que a
decisão foi política.
"O presidente do tribunal
não entrou no mérito jurídico
da questão", disse.
Fertonani encaminhou ontem um ofício à Procuradoria
Geral de Justiça recomendando que o órgão tente recorrer
da decisão do presidente do tribunal. O procurador-geral de
Justiça, Rodrigo Pinho, informou, pela assessoria, que só falará depois de ser notificado pela Justiça.
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