São Paulo, Terça-feira, 25 de Maio de 1999
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POLÍCIA
Quadrilha recebia encomendas por telefone e abastecia traficantes
Polícia Federal apreende em São Paulo 896 kg de maconha

da Reportagem Local

A Polícia Federal prendeu ontem em Taubaté (interior de São Paulo) uma quadrilha que comandava uma espécie de disque-maconha.
O grupo se especializou em receber encomendas da droga por telefone e entregá-la, de moto, a traficantes do Vale do Paraíba (SP) e Baixada Fluminense (RJ).
Com os cinco suspeitos detidos -entre eles a mãe de um dos acusados- foram apreendidos 896 kg de maconha. A droga estava acondicionada em pacotes de cerca de 2 kg.
Também foram apreendidos um Monza, seis motos e uma Kombi branca de uma empresa de distribuição de pães e torradas. Segundo a PF, foi a maior apreensão de maconha feita este ano no Estado pelo órgão.
De acordo com o delegado Gilberto Tadeu Vieira, da assessoria de imprensa da PF, a informação sobre a quadrilha partiu de uma denúncia por telefone. Agentes da PF permaneceram os últimos 15 dias em Taubaté para prender os suspeitos.
Diógenes Ferrete de Oliveira, 28, Gilberto Rodrigues, 48, Reinaldo de Oliveira Santos, 29, Adauto Alves de Jesus, 24, e Izolete Ferrete de Oliveira, 45 (mãe de Diógenes), foram presos com a droga em uma casa na rua Cinderela, no bairro de Burilândia.
A PF informou que todos os suspeitos se negaram a prestar depoimento. Disseram que irão falar somente em juízo.
Segundo o delegado Francisco Baltazar da Silva, titular da delegacia de entorpecentes da PF, a droga era entregue de moto a pessoas responsáveis por pontos de distribuição de drogas.
"Cada entregador levava, em média, 5 kg de maconha para cada dono de "boca de fumo". Essa quadrilha, atacadista, abastecia os revendedores", disse Silva. Segundo ele, a droga vinha do Paraguai. A quadrilha, por sua vez, encomendava a droga de acordo com a sua demanda.
Baltazar disse que a quantidade apreendida era suficiente para abastecer os clientes da quadrilha por cerca de uma semana.
De acordo com o delegado, as investigações começaram há 41 dias em São Paulo. Ele disse que, antes de chegar ao destino final, a droga passava pelo ABCD paulista.
A Kombi apreendida pertence a uma distribuidora de alimentos, mas a PF diz não ver ligação entre a quadrilha e essa empresa. "Aparentemente, o veículo era utilizado por um dos suspeitos, que era empregado dessa empresa, para fazer a entrega da droga, sem o conhecimento do empregador", afirmou Vieira.
(ANDRÉ LOZANO)



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