São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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ADMINISTRAÇÃO

Prefeita admite dificuldades, atribui problemas a antecessores e cita avanços, como a queda da mortalidade infantil

Marta afirma ter feito "milagre" na saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo a própria prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), o setor de saúde foi dos que apresentaram as maiores dificuldades durante sua gestão. A avaliação é corroborada, por exemplo, pelo levantamento do Datafolha, divulgado em março deste ano, que mostrou que 55% dos paulistanos consideram a atuação da prefeitura na área ruim ou péssima.
"Não acho que foi o pior. Em virtude da terra arrasada que pegamos, fizemos milagre. Acho que estamos no caminho certo. Mas era a área mais arrasada. É difícil, em uma área em que você não tem pedra sobre pedra, em quatro anos entregar funcionando. Seria possível se eu tivesse uma varinha de condão", afirmou Marta ontem, durante a divulgação do balanço de gestão.
A prefeita destacou pontos como a extinção do PAS (Plano de Atendimento à Saúde), a contratação de profissionais e o crescimento do PSF (Programa Saúde da Família), além das quedas nos índices de mortalidade infantil e materna e dos casos de Aids e de dengue no município.
No balanço, também foi citada a implantação do Farmácia Popular -rede federal que vende medicamento a baixo custo- e o aumento do número de ambulâncias, em que também houve auxílio do governo Lula.
O PSF, na verdade, não cumpriu a maior parte de suas metas, como a de número de equipes -eram previstas mil até 2003, mas foram implantadas apenas 676. Esperava-se uma cobertura de 35% da população paulistana pelo programa -o percentual ficou em 22%.
O Tribunal de Contas do Município apontou ainda a ausência de verificação, por parte da prefeitura, das contas de prestadores de serviço do PSF, além da emissão de notas de empenho (reserva de recursos orçamentários) sem documentação que as justificasse.
Foi uma decisão da prefeita reduzir o ritmo do PSF, para investir em hospitais. Esse foi um dos motivos da demissão do ex-secretário da Saúde Eduardo Jorge.

Metas
O relatório de gestão 2003, finalizado pela Secretaria Municipal da Saúde recentemente, mostrou efetivamente uma queda nas mortalidades, mas também o não-cumprimento de metas como a de taxa de cura da tuberculose e da hanseníase, duas doenças cujo combate é considerado prioritário no país.
No caso da tuberculose, o índice ficou em 57%, quando o esperado era 60%. Na hanseníase, ficou em 64,6%, quando o esperado era 70%. Além disso, a própria prefeitura aponta que a área odontológica não teve progressos.


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