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ADMINISTRAÇÃO
Prefeita admite dificuldades, atribui problemas a antecessores e cita avanços, como a queda da mortalidade infantil
Marta afirma ter feito "milagre" na saúde
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo a própria prefeita de
São Paulo, Marta Suplicy (PT), o
setor de saúde foi dos que apresentaram as maiores dificuldades
durante sua gestão. A avaliação é
corroborada, por exemplo, pelo
levantamento do Datafolha, divulgado em março deste ano, que
mostrou que 55% dos paulistanos
consideram a atuação da prefeitura na área ruim ou péssima.
"Não acho que foi o pior. Em
virtude da terra arrasada que pegamos, fizemos milagre. Acho
que estamos no caminho certo.
Mas era a área mais arrasada. É
difícil, em uma área em que você
não tem pedra sobre pedra, em
quatro anos entregar funcionando. Seria possível se eu tivesse
uma varinha de condão", afirmou
Marta ontem, durante a divulgação do balanço de gestão.
A prefeita destacou pontos como a extinção do PAS (Plano de
Atendimento à Saúde), a contratação de profissionais e o crescimento do PSF (Programa Saúde
da Família), além das quedas nos
índices de mortalidade infantil e
materna e dos casos de Aids e de
dengue no município.
No balanço, também foi citada a
implantação do Farmácia Popular -rede federal que vende medicamento a baixo custo- e o aumento do número de ambulâncias, em que também houve auxílio do governo Lula.
O PSF, na verdade, não cumpriu
a maior parte de suas metas, como a de número de equipes
-eram previstas mil até 2003,
mas foram implantadas apenas
676. Esperava-se uma cobertura
de 35% da população paulistana
pelo programa -o percentual ficou em 22%.
O Tribunal de Contas do Município apontou ainda a ausência de
verificação, por parte da prefeitura, das contas de prestadores de
serviço do PSF, além da emissão
de notas de empenho (reserva de
recursos orçamentários) sem documentação que as justificasse.
Foi uma decisão da prefeita reduzir o ritmo do PSF, para investir em hospitais. Esse foi um dos
motivos da demissão do ex-secretário da Saúde Eduardo Jorge.
Metas
O relatório de gestão 2003, finalizado pela Secretaria Municipal
da Saúde recentemente, mostrou
efetivamente uma queda nas
mortalidades, mas também o
não-cumprimento de metas como a de taxa de cura da tuberculose e da hanseníase, duas doenças cujo combate é considerado
prioritário no país.
No caso da tuberculose, o índice
ficou em 57%, quando o esperado
era 60%. Na hanseníase, ficou em
64,6%, quando o esperado era
70%. Além disso, a própria prefeitura aponta que a área odontológica não teve progressos.
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