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Secretário elogia projeto do Estado
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal da Saúde, Gonzalo Vecina, disse ontem
que o Farmácia Popular, programa federal implantado em São
Paulo há duas semanas, é uma alternativa até os governos conseguirem garantir todos os medicamentos nas farmácias dos postos
de saúde, que distribuem as drogas de graça para a população.
O Farmácia Popular foi um dos
destaques do setor de saúde no
balanço apresentado ontem. O
programa federal implantou 17
estabelecimentos no país -uma
dezena na capital paulista. Todas
vendem remédios a baixo custo.
Na segunda-feira, sem qualquer
planejamento com a prefeitura, o
governo estadual lançou outro
programa, o Farmácia Dose Certa, que distribui de graça remédios nas estações de metrô. Vecina elogiou a iniciativa.
Folha - O que o senhor achou de o
Estado implantar o projeto sem
planejamento com a prefeitura?
Gonzalo Vecina - Não ter planejamento é uma questão. Acho fantástico que faça isso [o projeto].
Acho muito positivo. Assistência
farmacêutica é um buraco sem
fundo. Não temos nenhum projeto adequado para a assistência
farmacêutica em 100% da cidade.
É um problema sem saída.
Folha - O senhor é a favor da venda de medicamentos para pacientes do SUS?
Vecina - Eu sou a favor enquanto
não tivermos uma política para
100% [da população]. Não tem dinheiro para 100%. A venda é uma
alternativa. O pensamento cartesiano nos informa que isso pode
ser um equívoco. Mas acho que
várias alternativas têm de dar
conta desse problema.
Folha - A prefeitura tem aumentado o orçamento da área de remédios. Mas quanto seria o ideal para
que eles não faltem?
Vecina - No Brasil não há um estudo que diga qual é o consumo
per capita de medicamentos a que
a população deve ter acesso.
Folha - E qual é a solução para
não vendê-los?
Vecina - Seria criar um projeto
de assistência farmacêutica como
o de assistência hospitalar. O projeto nosso é ter os medicamentos
nas unidades [básicas]. O fato de
não conseguir tê-lo não significa
desistir de tê-lo.
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