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Para psicóloga, trabalhador deve ver recompensa
DA REPORTAGEM LOCAL
"O tempo no trânsito não pode ser visto como um tempo
perdido. Ele tem que ser incorporado à vida, e a pessoa tem
que avaliar por que fez essa escolha, a recompensa que ela
tem", diz a psicóloga Neuza Corassa, sobre a forma como os
trabalhadores, para não estressar, deveriam encarar as horas
gastas no caminho do serviço.
Segundo Corassa, há motoristas que ficam pouco tempo
num congestionamento e se irritam mais do que outros que
gastam horas nessa condição.
A irritação aumenta os riscos
de acidentes e os comportamentos violentos no trânsito,
diz Corassa, autora do livro
"Síndrome do Caracol, Seu
Carro: Sua Casa sobre Rodas".
A redução do tempo a caminho do serviço passa pela melhor distribuição das moradias
e dos empregos, além da priorização do transporte coletivo.
"Os ônibus andam muito devagar. É muito ruim principalmente para quem mora na periferia, onde falta emprego",
afirma Eduardo Vasconcellos,
especialista em transporte.
Ele considera alta a quantidade de trabalhadores que demoram mais de uma hora para
ir ao trabalho, mas acredita que
não seja muito diferente em
outras grandes metrópoles.
Em São Paulo, pesquisa origem/destino do Metrô, de
2002, apontava que a duração
média de todas viagens (não
apenas ao trabalho) dos mais
pobres era de 31 minutos, contra 27 minutos dos mais ricos.
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