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Estressada,
advogada chora dentro do carro
DA REPORTAGEM LOCAL
Há quem aproveite para
ler, dormir, conversar e
até fazer amigos para tentar se distrair no caminho
do trabalho. Também há
quem ouça música, cante e
bata no volante para esquecer as horas gastas no
trânsito, enquanto falta
tempo para atividades
mais prazerosas. Nas horas de maior desânimo, há
inclusive quem chore por
causa dessa situação.
Foi assim, chorando,
que reagiu a advogada Fernanda Pascale, 31, por
duas vezes só no mês passado. "Fico muito, mas
muito estressada mesmo",
conta, lembrando os dias
em que, mais uma vez presa no congestionamento,
começou a chorar dentro
do seu carro.
Moradora da zona leste
de São Paulo, Pascale trabalha na zona sul da capital e gasta, há três anos,
uma hora na ida e uma hora e meia na volta.
Mãe de um bebê, já adotou estratégias para se
conformar com a demora,
mas que ainda não deram
certo. "Comecei a me irritar porque percebia que
um CD só não era suficiente, as músicas começavam
a repetir."
A arquiteta Marcia Arrighi, 56, afirma que fica menos cansada quando deixa
seu carro na garagem. "Se
eu dirijo, fico tensa a todo
momento", diz ela, que
viaja da zona sul à zona
norte. Nas duas horas ou
mais para chegar ao serviço de ônibus e metrô, ela
aproveita para "ficar atualizada". "Estou sempre
com um livro na mão."
A empregada doméstica
Divaneide do Nascimento
Marcolino, 37, que leva
mais de duas horas e meia
de Carapicuíba (Grande
SP) até Santo Amaro, também aproveita para ler. Ou
então, para bater papo no
ônibus. "Acabei conhecendo os outros passageiros",
afirma.
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