São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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Estressada, advogada chora dentro do carro

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quem aproveite para ler, dormir, conversar e até fazer amigos para tentar se distrair no caminho do trabalho. Também há quem ouça música, cante e bata no volante para esquecer as horas gastas no trânsito, enquanto falta tempo para atividades mais prazerosas. Nas horas de maior desânimo, há inclusive quem chore por causa dessa situação.
Foi assim, chorando, que reagiu a advogada Fernanda Pascale, 31, por duas vezes só no mês passado. "Fico muito, mas muito estressada mesmo", conta, lembrando os dias em que, mais uma vez presa no congestionamento, começou a chorar dentro do seu carro.
Moradora da zona leste de São Paulo, Pascale trabalha na zona sul da capital e gasta, há três anos, uma hora na ida e uma hora e meia na volta.
Mãe de um bebê, já adotou estratégias para se conformar com a demora, mas que ainda não deram certo. "Comecei a me irritar porque percebia que um CD só não era suficiente, as músicas começavam a repetir."
A arquiteta Marcia Arrighi, 56, afirma que fica menos cansada quando deixa seu carro na garagem. "Se eu dirijo, fico tensa a todo momento", diz ela, que viaja da zona sul à zona norte. Nas duas horas ou mais para chegar ao serviço de ônibus e metrô, ela aproveita para "ficar atualizada". "Estou sempre com um livro na mão."
A empregada doméstica Divaneide do Nascimento Marcolino, 37, que leva mais de duas horas e meia de Carapicuíba (Grande SP) até Santo Amaro, também aproveita para ler. Ou então, para bater papo no ônibus. "Acabei conhecendo os outros passageiros", afirma.


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